quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Yesterday, all my troubles seemed so far away*

O que aconteceu com os desenhos animados de hoje em dia? Alguém pode fazer o favor de me explicar? Sempre que eu passo zappeando os canais pelo Cartoon Network ou pela Nickelodeon são uns desenhos mal feitos, bichos de cara meio quadrada ou então desenhos extremamente violentos com sangue jorrando pra todos os lados e uns bichos musculosos que ficam numas lutas que duram um episódio inteiro com eles só se olhando. Sou do tempo de Pernalonga, Patolino, Papa-Léguas, eu acordava cedo quando era pequeno pra ver Show da Xuxa e assistir Smurfs, He-Man, She-ra, Thundercats, etc. Desenhos estes que ensinavam para as crianças sempre uma valiosa lição a respeito de amizade, lealdade, cooperação, companheirismo e gratidão. Agora vem dizer pra mim o que "Padrinhos Mágicos" ensina? O que "Dragon Ball Z" ensina?

Eu não queria ter nascido nos anos 90. Curti demais minha infância nos anos 80. Jogava Atari, bolinha de gude, brincava na rua, comprava bombinha no armazém e rojão pra estourar debaixo de lata de Nescau vazia. A gente não tinha celular pros pais saberem sempre onde a gente andava, mas a gente sempre estava na casa de um amigo ou outro tomando Quick e comendo torrada enquanto fazia um campeonato de Decathlon (lembra o jogo que destruia os controles do Atari?) nos dias de chuva ou então aprontando alguma na rua com os amiguinhos. E no final do dia sempre voltávamos. Talvez com um joelho ralado aqui, um cotovelo esfolado ali, um roxo na perna de alguma estripulia, mas isso fazia parte da brincadeira. Eram as marcas mostravam que éramos crianças realmente felizes e ativas.

Ás vezes tenho a impressão que a infância de hoje está envolta em uma bolha. As crianças são absurdamente exigentes, malcriadas, mimadas pelos pais, consumistas, viciadas em internet e TV a cabo e mal saem pra rua pra brincar. Eu vejo criança fazer cada coisa hoje em dia que se fosse eu tomava uma alpargatada no meio da orelha. Não estou dizendo aqui que eu era um santo. Mas muito pelo contrário. Eu era peste de fazer minha mãe voltar chorando do colégio de tanto que as professoras reclamavam das artes que eu fazia. Mas jamais, JAMAIS faltei com respeito para com meus pais ou os insultei na frente dos outros como se fosse eu que mandasse no pedaço. Sempre soube do meu lugar e parece que hoje em dia os pais tem tanto medo de que os filhos vão crescer "traumatizados" que fazem todas as vontades e não levantam a mão para os fedelhos nunca. Eu fui criado apanhando de alpargata do meu pai e chinelo da minha mãe e eles foram excelentes educadores. Nada como uma sumanta bem dada para fazer uma criança respeitar seus pais e os mais velhos. Meus pais jamais foram violentos comigo. As palmadas e chineladas sempre foram na medida certa pra eu saber que o que fiz estava muito errado, pra eu sentir as consequencias do que havia feito e pra eu aprender que aquilo ali não podia fazer mais, mas sem desenvolver sequelas na minha vida adulta. Mas parece que hoje não. Parece que quem manda são os pirralhos. Me irrita profundamente esse bando de pais molengas que deixam os filhos deitar e rolar e ficam sem fazer nada. Imagina os adultos que eles se tornarão.

Bueno. Semana passada teve uma sobremesa musical sensacional. Quem perdeu, perdeu. Apresentação do Tenor Juremir Veira e do Pianista Paulo Bergmann. Segue um vídeo de Nessum Dorma. Nos vídeos relacionados você também encontra Granada e O Sole Mio.



Momento Polaroid de hoje é especial em homenagem a alguns dos desenhos e coisas que marcaram a deliciosa infância dos anos 80 que eu tive.


Thunder, thunder, thunder, Thundercats, HOOOOOOO!!!!


"Lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá láááááá"


"Eeeu tenho a forçaaaaa"


"Eeeu sou She-ra"


"E po-po-po-por hoje é só pe-pe-pe-pessoal"


Decathlon - o destruidor de joysticks de Atari


Enduro - um dos jogos de corrida mais legais da história.


Turma da Xuxa é só gozação, Turma da Xuxa vai arrepiar, vai estourar a boca do balão.



Lollo, que depois virou Milkybar. Era tri boa essa porquera.

Namastê!

*
The Beatles - Yesterday

10 comentários:

Simone disse...

a geração anos 80 foi a mais feliz. fato! não se fazem mais desenhos como antigamente, até pq as crianças não são mais como antigamente. se nos 80 queríamos saber se a galera do Caverna do Dragão voltaria para casa, hoje em dia eles querem saber se algum mangá horroroso daqueles conseguirá matar a bofetadas o grande macaco verde e roxo do mal. uma merda. assim como este comentário, mas como falei antes, tô bebum. ah, falei no msn...

Unknown disse...

Indiscutivelmente fomos a última geração que teve uma infância, realmente infância: pura, cheia de imaginação, simplesmente feliz! Tivemos sorte, porém tenho dó das gerações que vieram (e seguem vindo) depois, achando que super legal mesmo são seus mp7... É tão vazio! Fora o fato da infância ter se encurtado tanto... aos 5 anos todas as crianças já têm celular, sabem muito bem de onde vêm os bebês e que Papai Noel não existe. É... depois de pensar nisso, fiquei meio deprê

Unknown disse...

Ah pois é. Agora vem o Thiago deixar a coitada da XL deprimida =T
Que feio, guri. Mais feio que facada no c*!
Buena, realmente essa gurizada anda perdida nesse mundaréu de coisas novas: celular com câmera, celular com internet, computador, Playstation, etc. Na nossa época o máximo do computador era o Pense Bem, e o máximo de interatividade era a TV. Não tinha outra opção senão ver desenho, não tinha outra opção a não ser comprar livros diferentes do Pense Bem, não tinha outra coisa senão ir pra rua ou brincar de Pula Pirata ou PogoBol (que assava os tornozelos o.O) ou taco, que fosse, na hora da novela das 14, que convenhamos, Vale a Pena Ver de Novo prum piá de 10 anos era coisa pior que sopão.
Nessa questão dos novos desenhos, vou opinar consequentemente consciente, afinal, é pra isso que serve uma pessoa 40% publicitária: as produções que valiam a pena, tipo o Sítio, lembra? Ficaram muito mais caras diante o pacote de episódios em série anime e mangá, e por isso foram substituídos. Assim como Chaves acabou virando uma morreria só, ainda sobra coisa que presta na TVE, mas é só. A Xuxa já é quase avó e o apelo visual colorido (com um certo grau de humor negro) do Xou da Xuxa já não é mais necessário, afinal a programação agora se baseia nos desenhos, e não no apresentador, como era antes. Basta ser sorridente pra comandar (???) um desses "Festival de Desenhos". Ainda se vê Mickey e Donald, mas sim, com mais raridade, porque já foram todos apresentados e reapresentados. Outra questão interessante desses canais infantis é: tu já percebeu que enquanto tá dando o desenho, a TV está numa determinada altura. Quando começam os comerciais, o volume aumenta absurdamente, pra puxar a atenção da criança pras propagandas? Ah pois é. E é pra isso, sim.
Sobre o Atari, realmente era ótimo, porque era tosco. Agora tu quebra um controle de um X-Box ae pra tu ver quando é que vai comprar de novo!
As coisas mudam, filho, e nos resta a nostalgia. E essa temos de sobra!!!
=)
Küssen!

Thiago disse...

Eu tinha uma pilha interminável de controles de Atari podres. Ás vezes eu mesmo arrumava. Pegava pedaço de um, pedaço de outro, pedaço daquele lá, juntava tudo num só e virava um controle novo. Sempre fui meio fuçador desde piá. Só quando a coisa encrespava e o controle não funcionada de jeito nenhum, aí eu levava no Seu Olírio, que esse sempre dava um jeito. Bueno, se o Seu Olírio não resolvesse, aí podia jogar fora e comprar outro mesmo pq já era. Good times...

Anônimo disse...

Ahhhh, sim, infância da década de 80 foi sem dúvida maravilhosa e muito diferente da de 90 p/ cá!

Os desenhos animados eram muito mais interessantes, não se via tanta violência e, como o Thiago comentou, sempre tinha uma lição no final. No He-man, por exemplo, tinha o Gorpo que sempre explicava no final a lição do desenho que tinha sido exibido.

E eu era apaixonada pelo Lion, líder dos Thundercats! Sim, achava ele lindo, destemido, essas acoisas - hehehe.

Mas, eu penso que as crianças de hoje em dia são vítimas dos tempos modernos que estamos vivendo. Não têm liberdade, apesar de toda tecnologia à sua volta. Além disso, são vítimas da ausência e do medo de seus pais. Aí caímos na discussão do outro post, as pessoas estão cada vez mais egoístas e nem para os filhos elas se entregam como era antigamente.

O que podemos fazer? Tentar criar os nossos filhos da maneira como fomos criados, quem sabe! Espero que pessoas esclarecidas, como nós, não criem os filhos trancados no quarto jogando Playstation.

Mais um texto super crítico, eu poderia escrever outro post sobre o assunto - hehehe!

Eu li outro dia que "Thundercats" vai virar filme em 2009, vai ser BEMMM legal, imagino!

Bj, ao estimado colega :)

Paulo, no más disse...

Po, Thiago eu diria que esta coisa de deixar uns e outros depre é mesmo muito feio como disse a Drika, acrescentaria às feiuras: mais feio que coxar a vó no tanque e mais feio que talho em bunda...
Agora falando sério sobre este negócio de limites dos pais aos filhos, realmente não se ve mais, com raras e honrosas. É frequente se ver a piazada chutando canela de pai ou mãe em super e os babacas dizendo pára fulano, não faz assim cicrano, quando o certo seria dar uma bela pegada de orelha, com uma leve torção no sentido anti-horário e dar uma boa olhada nos olhos, sem nenhuma palavra ou no máximo - em casa conversamos melhor...
Quanto às alpargatadas Thiago - é bom saber que não ficaram traumas, até porque não foram muitas, hehehehehe
As revistas em quadrinhos eu leio até hoje Monica, Cebolinha, Cascão, Almanaque do Mickey e do Tio Patinhas, Pato Donald, todas ex do Thiago e da Paula...
Ah e tem também umas play boa meio sebosas (não sei porque)que são tuas mas estas eu não leio, até pq as moças das fotos já são até vovós...
beijo filhote

Marcio Fiorino disse...

ahn, só o seguinte, eu via nos anos 80 dragon ball z e cavaleiros do zodiaco....não quero dar uma de advogado do diabo, mas eram seriados mangás muito bons.....como era legal jaspion e afins....
Mas não te tiro a razão, com certeza. A geraçÃo de hj é pokemon. Fala sério. Geração Bob Esponja??? Puta que o pariu (que me perdoem o palavrão...).

Sério, hj tu vê os tal de Naruto, e ainda tinham cara de pau de dizer na nossa época que pica pau e tom e jerry eram violentos...Tá, nào uqe nÃo eram, mas a gente tinha criação suficiente pra saber que uma bigorna mata o teu pai né?


Chega de comentar, fiquei indignado...vou dormir!!!

Namastê!!!

Thiago disse...

Exato. Tom e Jerry e até os desenhos da Warner (Pernalonga e Patolino. Papa-Léguas) tinham cara tomando cacetada, caindo de penhasco, tomando portada, bigornada, etc a torto e a direito. Mas não era "violento". Era uma violência caricaturada. Ela pra ser algo lúdico e realmente o era.

Não sabia que Dragon Ball Z já passava na década de 80. Eu assisti todos os Jaspion e Changeman e era viciado em Cavaleiros do Zodiaco, mas já era um pouco mais velho neste último.

Mari Thomé disse...

Eu só sei que foi bom enquanto durou porque aproveitei MUITO!
Me arrependo sim da minha adolescência, não antes.

Cada pai tem o filho que merece. Vamos ver como eu vou me sair...
Hehehehehe

Guiga disse...

As crianças são como são hoje em dia pq os pais só querem saber de trabalhar (e precisam!). Aí, no pouco tempo em que estão com os filhos, não querem dizer "não!" e tudo é permitido. Acabam criando monstros e ainda acham que estão sendo bons pais. Merecem levar porrada das cria mesmo!!!! Hahahaha!

Eu ia dizer o mesmo que o Márcio: Dragon Ball e Cavaleiros ensinam valores ótimos, apesar da violência.

E outra: Pernalonga e Tom & Jerry não são da nossa época...são da época dos nossos pais! A gente já estava vendo a reprise da reprise! E continua vendo, pq é muitooooo bom!!!!!

A década de 80 foi a década das crianças! :D