quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Until the end of the world *

Ontem, eu, Tatá e Gui fomos ao Olímpico ver um morno Gremio x Brasil-Pe e acabamos brindados por um momento histórico no glorioso.

Na virada do primeiro para o segundo tempo, uma migração da Geral de trás do gol da direita para o gol da esquerda iniciou-se. O grupo, que começou com poucos (porém barulhentos) integrantes, foi aos poucos ganhando corpo e reforçando-se com a massa que deslocava-se de uma extremidade à outra da arquibancada. Por volta dos 25mins do segundo tempo, a "Banda Louca de Paulão" já superava em número o pessoal da moribunda Geral que, um pouco assustada com os membros que escorriam de seu compacto corpo, como se fosse o sangue azul que se esvaía do corpo de um guerreiro, ficou calada e demorou a reagir.

Reagiu tarde. Sem a banda, que novamente dava uma de "garoto mimado" e não estava presente no monumental, a torcida mais odiada do Brasil começou a ser superada em número e em altura dos cânticos pela nova torcida que nascia. Ao ponto de ser esta nova torcida que puxava os hinos que empurram o tricolor para mais uma vitória.


A nova torcida que forma-se atrás do gol oposto.

Quero deixar claro que sou um grande admirador da Geral. Do seu estilo castelhano, borracho y peleador. Mas parece que estão perdendo este espírito de alento para dar lugar à ganância e à vaidade. Estão se achando maiores que o Grêmio e, se esta atitude não mudar, a maior torcida do Brasil está com seus dias contados.


Amizade, trago e alento. Que o sentimento nunca se termine.

Namastê!

* U2 - Until the end of the world

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

It Must Have Been Love *

O legal de morar numa cidade grande como Porto Alegre é a possibilidade de encontrar lugares e coisas novas sempre. Na última semana eu conheci dois lugares em nossa bela capital que merecem referência.

Primeiro deles é o
Cachorro do Bigode. Não irei me estender sobre a história do lugar, um dos mais tradicionais de Porto Alegre. Caso você tenha curiosidade de saber mais, o site diz tudo. Considerado um dos melhores cachorros-quentes de Porto Alegre, prepare-se para lambuzar mão, boca, queixo, nariz e tudo num raio próximo ao devorar esta maravilha. Os caras colocam tanta coisa dentro que é impossível comer sem fazer meleca. Vale a pena e é barato. Fui na filial da Zona Sul semana passada com o Guilherme, que sempre é parceiro pra tudo quanto é indiada e nos encontramos lá com o Valdomiro. Sim, por que com o Valdo tem que marcar os negócios do lado da casa dele, senão a moçoila não vai. Depois de pegarmos os cachorros fomos para a casa do Valdo, que eu ainda não conhecia, e rolou cachorro quente com SporTV passando especial da Libertadores 2009. Que momento!

Ontem o
Alexandre Santiago (vulgo Alex Kid in the Miracle World) fez sua festa de despedida destes pagos. Depois de uma tentativa fracassada de irmos no NY72, acabamos, quase que por acaso, indo no Bar do Nito. Aliás, abro aqui um parênteses: quem é que disse que o "melhor" dia de um lugar é aquele que vai mais gente? "Ai.... vai no NY72 na terça e na quinta por que são os melhores dias!". Qual é o critério? Dia que tem mais gente? Dia que tah todo mundo se acotovelando, que não tem lugar pra sentar, que tá quente pra caramba e que sua comida e bebida demoram absurdamente pra chegar? Este não é meu conceito de "melhor", vai me desculpar. Acho que estou ficando velho ou exigente. Na verdade acho que ambos! Fechando parênteses, acabamos a noite no Bar do Nito. E que bela escolha. Abrimos a porta de uma máquina do tempo que nos transportou para um Brasil que não existe mais. Ao som de clássicos da Bossa Nova de Tom Jobim, João Bosco, Vinícius e tantos outros, mergulhamos num universo infindável de chorinhos de MPB executados com maestria pelo próprio Nito que, além de proprietário, também assume o posto de músico da casa. No cardápio, nada de especial. Nada de cervejas importadas nem petiscos muito incrementados. Nao passa dos tradicionais croquete, fritas e aipim, acompanhados de cerveja nacional.

Em resumo: o Bar do Nito é um BAR autêntico na verdadeira acepção da palavra. Os versos soltos escritos na parede, as pinturas que lembram um Rio de Janeiro dos anos 40 e 50 e os garçons de butiquim que estão sempre com um sorriso no rosto completam a atmosfera deste lugar mágico. É um excelente local para bater papo com os amigos, pois o volume da música propicia isso. Além disto, os frequentadores mais antigos e o próprio Nito conversam e brincam com todos, tratando-os como seus amigos de longa data.


Um dos amigos do Nito canta Tango e Chorinho enquanto o mesmo, ao fundo, acompanha no violão.

Como se tudo isso já não bastasse para fazer deste lugar algo especial, um detalhe chama atenção de quem entra. Um senhora. Sim, uma senhora idosa, que deve estar beirando os 70 anos. Reparamos nela logo que entramos no local. Uma dama distinta, bem maquiada, usando jóias e elegantemente trajada, postava-se solitária a uma das mesas, bem de frente para o palco onde o Seu Nito dedilhava o violão. Viemos a saber depois que tal senhora comparece ao Bar do Nito todas as noites sem exceção. Parece que ela é apaixonada por ele há muitos e muitos anos, senta-se sempre à mesma mesa e fica até ele acabar. Eles não trocam uma palavra e este ritual repete-se da mesma forma há anos. Ela limita-se a bater palmas em algumas músicas e dar bebericadas em seu drink (que até agora não descobrimos o que era).


A foto está meio ruim pq foi de celular e não havia muita luz. A tal tiazinha está na direita.

Momento Polaroid de hoje tem um ato de retratação. Tem um quadro aqui chamado "Como saber que uma mulher estacionou este carro?". Pois bem, desta vez, não foi uma mulher. O barbeiro da foto abaixo era um homem. Estava desligando o carro quando ele chegou e estacionou meio assim, como Deus fez a mandioca. Paciência. Alguns desonram a classe!





Foto curiosa da semana. Disse pra ela que essa coisa de roubar dos ricos para dar aos pobres já saiu de moda.

Namastê!

* Roxette - It must have been love