segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Livro está sobre a mesa.

Hoje de manhã eu estava indo pro trabalho escutando o programa Polêmica, do Lauro Quadros. Creio eu que o referido programa dispense apresentações. Todo mundo conhece. Contudo, para que os que não conhecem, trata-se de escolher um tema polêmico e trazer pessoas com opiniões contrárias para falar sobre o assunto. O tópico de hoje era: estrangeirismos na Lingua Portuguesa. Eu tenho uma opinião dividida sobre este assunto. Na verdade, eu creio que precisamos ter um meio termo. Acho que a expressão que estou buscando é BOM SENSO.


Eu acho o fim da picada passear no shopping center (ou seria centro de compras?) e ver as palavras "SALE" e "20% OFF" nas vitrines. Pelo amor de Deus. É "PROMOÇÃO" e "20% de DESCONTO". Acho que o estrangeirismo tem seus limites e o problema é que o comércio e o marketing das empresas desconhece os mesmos. Querem dar um ar de sofisticação e modernismo à coisa e no fim das contas acaba virando um negócio patético e imbecil. Eu até assumo uma meia-culpa nessa. Eu falo estrangeirismos mais do que eu gostaria durante meu dia de trabalho. Mas eu falo assim apenas na empresa e assim o faço como resultado e reflexo do meio. Quer ver uma frase que não causaria estranheza: "Pessoal, vamos ter que schedular uma meeting com o time de US. Acho que o issue de produção da semana passada vai impactar o nosso deployment e temos que dar o heads-up". Isso eu falo dentro do meu ambiente de trabalho. Não saio falando assim na rua. Pra uma pessoa de fora eu diria assim: "Vamos ter que marcar uma reunião com o time dos EUA. Acho que o problema de produção da semana passada vai impactar nossa implantação e temos que dar o alerta".


Contudo, eu não sou contra estrangeirismos óbvios e de uso popular. Acho que eles são um reflexo de um mundo globalizado e a linguagem deve evoluir para acompanhar as tendências. Deletar, Twitar, notebook e mais uma centena de vocábulos que acabam integrando o nosso dia-a-dia são uma coisa irreversível e vem para ficar. É bom que se diga que a própria paixão nacional, o FUTEBOL, nasceu da adaptação de um estrangeirismo. Fosse diferente, estariámos até hoje chamando o esporte bretão de "Pé na Bola". "E aí pessoal, vamos jogar um pezinho na bola amanhã de noite?".


Proibir palavras estrangeiras é retrogrado e intransigente. Vai na contramão dos rumos que a humanidade toma e isto não é de hoje. Só não pode haver o exagero. Estou condenando o uso por usar, quando existem palavras corriqueiramente utilizadas na Língua Portuguesa que cumpririam a função adequadamente. Como diria-se na fronteira: "usar só pra se fresquear".