sexta-feira, 23 de novembro de 2007

In another life I see you as an angel flying high

É gurizada... Natal tá ae. Uma vez me disseram que os anos são que nem estradas ou ruas que você passa todos os dias. No início parece que a viagem demora mais, porque seu cérebro registra todo e qualquer detalhe do percurso e isso passa a impressão que o tempo demora mais a passar. À medida que você começa a passar por ali todos os dias, seu cérebro (que é o mecanismo mais fabuloso e mais engenhoso do planeta Terra) irá preencher detalhes mínimos daquele percurso com informações já armazenadas, "poupando" que você tenha que processar e armazenar aquela informação novamente. Comparando grosseiramente, é como se fossem os "arquivos temporários de internet" que você de vez em quando limpa no seu computador - pelo menos você deveria limpar 1x por mês. Ao visitar uma página da internet já visitada, seu Internet Explorer não baixa de novo todas as imagens, mas sim busca do histórico aquilo que já foi baixado para não precisar processar novamente. É mais ou menos isso.

Sendo assim, como a ação de preencher um detalhe com uma informação armazenada é bem mais rápida do que captá-la e armazená-la, você tem esta nítida impressão que um mesmo percurso que dura o mesmo tempo pode parecer mais curto. O cérebro humano realmente é uma máquina sensacional.

E desta mesma forma ele age em relação aos anos. Com o passar do tempo, os dias, feriados, aniversários, natais, páscoas, etc vão ficando cada vez mais próximos e a distância entre os mesmos parece encurtar. "Mas já é Natal? Parece que a Páscoa foi semana passada...". Sinto lhe informar, caro leitor, mas se você tem estes sintomas significa que você está começando a ficar velho, o que não é ruim, de forma alguma. Bem pelo contrário: pode ser show de bola se você souber aproveitar da maneira certa ao invés de ficar reclamando que seu cabelo tá ficando branco.

Mas enfim. Não era bem sobre isso que eu queria escrever, mas acabei me empolgando (como sempre) e saiu isso. Ao falar de Natal no início, na verdade eu queria comentar que um dia desses eu fui no Iguatemi com minha Personal Stylist (sim, eu tenho uma Personal Stylest e ela se chama Paula Ene) pra dar uma renovada no guarda-roupa. Sabe? Pegar aquelas camisas surradas do seu guarda-roupa e dar para alguém, cabides vazios, limite no cartão, foda-se e seja feliz? Pois é isso mesmo. Dar um refresh no guarda-roupa e investir em mim mesmo um pouco. Nunca esqueça que o melhor investimento que você pode fazer é na sua própria aparência e bem estar. Tá bom, vai... é gostoso torrar grana em roupa. Eu gostei. É legal..... mas tb não é essa coisa toda que a mulherada fica louca por shopping e liquidação. Isso é um dos aspectos femininos (só mais um) que eu jamais entenderei. De qualquer forma, ir no Iguatemi em época de Natal é muito legal. Quando eu era piá eu adorava vir a Porto Alegre na época do Natal por 3 coisas:
1) Ver o relógio gigante de líquido verde do Iguatemi. Eu ficava horas olhando aquele relógio, impressionado. E olha que pra eu ficar muito tempo parado quando eu era pequeno era uma tarefa quase impossível. Pergunte à Dona Fátima (minha santa mãe que me aguentou e tem vaga garantida no céu) .
2) Comer fast food. Sim, não sei se os "criados em apartamento" aí sabem, mas só Porto Alegre tem McDonald's. Em Rio Pardo tinha (e ainda tem) o Dogão do Antônio do outro lado da "faixa" que faz o melhor lanche da cidade. Então pra mim era o máximo vir 1 ou 2 vezes por ano pra Capital comer McLanche Feliz e ganhar bonequinhos e outras coisinhas que eu via propaganda nos intervalos do Xou da Xuxa.
3) Ver a decoração de Natal. As pessoas que sempre moraram e se criaram em Porto Alegre não têm a noção exata do fascínio que uma criança criada numa cidade mais simples tem por coisas como a decoração de Natal do Iguatemi. Não confunda com ser criado em grota, roça, mato ou fim do mundo. Apesar das brincadeiras, eu não considero Rio Pardo um lugar assim. Tem cidades bem piores. Só que claro que aqui as coisas todas são maiores, mais bonitas, mais caprichadas, de mais bom gosto (menos o urso enforcado do Iguatemi - confira no Momento Polariod de hoje). É diferente de você ver a decoração de Natal da vitrine das Lojas Pompéia ou da Xavier.

O mais engraçado de tudo é que ainda hoje eu adoro ficar olhando as decorações de Natal. Foi por muito pouco e porque estávamos apertados de tempo no dia que eu e a Paula não entramos casa do Papai Noel a dentro pra voltar a ser crianças e ver os duendes (e principalmente as duendas que eram bem ajeitadas hehehe).

Cara.... hoje à noite eu e a Paula fomos jantar no Tudo Pelo Social. Depois de muito tempo falando, falando e nunca concretizando, resolvemos ir pra ver "qual é". Restaurante bem cara de restaurante. Garçons de camisa branca e calça preta, gentarada falando e rindo e pratos enormes circulando pra lá e pra cá. Legal que logo que eu entrei, senti o mesmo cheiro de um restaurante super antigo e "família" de Rio Pardo chamado Century (que todo mundo falava "centúri"). Sobre o tamanho dos pratos, é simplesmente ABSURDO. Eu e minha irmã somos ambos excelentes garfos, daqueles que avó tem gosto de ver comer, e mal chegamos na metade de um bife à parmegiana. Pedimos pra embrulhar pra levar. Na verdade é bem simples: os caras pegam um filé INTEIRO, abrem, recheiam com presunto e queijo, fritam, tacam-lhe molho e servem com uma porção nababesca de fritas e arroz. Dá para quatro pessoas comerem tranquilamente e é delicioso. Recomendo.

Ainda na farra gastronômica da semana, fui no Outback eu matei a saudade de um New York Strip. É um corte americano que mistura filé e contra-filé, acompanhado de uma porção de arroz. Eu comia esse bife umas 2 ou 3 vezes por semana quando estava nos EUA. Bom que é uma barbaridade. Dá bem pra 1 pessoa com fome e que goste de carne matar sozinho. Detalhe que ele custa 5 reais a mais do que o mega-ultra filé do Tudo Pelo Social, mas não dá pra comprar os ambientes ;-)

Momento Polaroid!! \o/


A decoração de Natal do Iguatemi e seu Urso Enforcado


O New Your Strip delicioso do Outback


O filé à parmegiana monstruoso e também delicioso do TPS. Pra terem idéia do tamanho, comparem com o tamanho dele com o do garfo dentro do prato.

Namastê!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Tell me that you'll open your eyes


"Homem de preto, qual é tua missão? Entrar pela favela e deixar corpo no chão"

Tá! Pronto!! Parem de encher meu saco agora. FUI assistir Tropa de Elite. Sim, né? Enchi o saco de estar por fora dos assuntos, de ficar rindo sem graça quando alguém dizia "Tem que chamar o capitão Nascimento pra resolver isso ae" e outras piadinhas oportunas e sem graça que você escuta quando um filme como esse faz sucesso. Fui assistir e confesso que estou arrependido. Sim, isso mesmo que você leu: A-R-R-E-P-E-N-D-I-D-O. Arrependido de não ter visto esse filme ANTES. Agora, convenhamos, o filme não é nenhuma super produção Hollywoodiana. Não tem efeitos especiais, não tem o Schwarzenegger (tá, eu confesso que pesquisei no google antes de escrever esse nome) e muito menos o Chuck Norris - até porque se tivesse o Chuck Norris não precisaria de BOPE. Ele daria um roundhouse kick no morro e a favela automaticamente viraria o "Magic Kingdom" da Disneylândia. Pois eu vou falar o verdadeiro "efeito especial" de Tropa de Elite: ele desperta o senso de justiça nas pessoas. E é isso que faz o filme ser o sucesso que é. O Brasileiro está farto de ver político se safar, de ver que o julgamento do Valdívia não tem data pra acontecer e o final do campeonato já está aí, enquanto o julgamento do Eduardo Costa já está marcado pro meio da semana e nem existem imagens da agressão. Estamos cansados de termos celulares roubados, de sabermos de um amigo - ou nós mesmos - foi vítima de sequestro-relâmpago, de andarmos na rua sempre olhando pros lados e esse monte de coisa que todo mundo já sabe.

Pois eis que do nada surge um filme que não é ficção, é um retrato da realidade, que mostra um capitão fodástico de uma facção ainda mais fodástica da polícia (na qual deixamos de confiar há bastante tempo) que sobe morro acima com técnicas de guerra de dar inveja aos "marines" norte-americanos e senta-lhe o cacete em vagabundo e traficante. Pra que, né? Um filme desses cai como uma luva no gosto do público. Todos nós temos um pouco de Capitão Nascimento dentro de si. Todos queremos justiça sem limites. Todos queremos sentar o sarrafo e crivar de bala esse bando de marginais que nos faz nos escondermos atrás de grades dentro de nossas próprias casas. Além disso, as pessoas encheram o saco dessa história de "direitos humanos". Direitos Humanos uma ova! Onde está o direito humano quando o marginal descarrega um revólver em um pai de família na sinaleira?? A cena da passeata pra mim foi uma das melhores do filme "Engraçado... quando morre policial, ninguém faz passeata pela Paz" - disse o capitão Nascimento que narrou o filme todo. O bando de maconheiros filhinhos de papai vestidos de branco com a foto da moça assassinada no morro parecia não perceber que quem tinha matado aquela moça eram ELES. Quem compra droga, compra filme pirata no centro, compra mercadoria roubada, etc, está financiando a violência e, portanto, perde o direito de reclamar dela.

Chega de Tropa de Elite. Se você não assistiu ainda, deixe de ser alienado e vá!

Fim de semana que passou fui a Rio Pardo para visitar meus pais e prestigiar a 44ª Feira Agropecuária e 4ª Rio Pardo Feira e Festa. O evento é organizado pelo Sindicato Rural de Rio Pardo, que tem como presidente um dos "culpados" por eu estar neste mundo e, por consequência, por você estar lendo este texto: meu pai, Paulo Ene. Já sabem pra quem reclamar. Enfim, feira agropecuária é sempre aquela coisa, né? Cheiro de bosta de cavalo misturado com churrasco, aquela casca de arroz no chão pra não ficar tudo enlamaçado e quando vc pisa faz "tchóf, tchóf, tchóf". Cavalo pra lá, máquina agrícola pra cá. Sempre tem aquela tendinha com um tiozinho que tenta te vender aquele purificador de água que vai fazer você viver até os 180 anos... normal. A feira de Rio Pardo é pequena, até porque o Parque onde ela é realizada não comporta eventos muito maiores. A feira é proporcional ao tamanho da cidade e à capacidade econômica do município. Mas isto não significa que pequeno seja ruim. Pelo contrário. A feira é super bem organizada, os stands são bem distribuídos - aliás, houve um aumento de 50% no número de expositores em relação ao ano passado, o que mostra que a feira vem crescendo mais e mais - o parque está bem cuidado e é gostoso andar por entre tendinhas de artesanato local, artigos campeiros, stands de montadoras de carros, implementos agrícolas, etc etc. A feira também conta com um lonão onde são realizados os shows - feira tem que ter show. Democraticamente, na sexta-feira houve um festival de bandas de rock , que tive o prazer de prestigiar, e no sábado teve show de banda de pagode. Todos sabem minha opinião a respeito de pagode, mas a voz do povo é a voz de Deus =D

Momento Polaroid de hoje, como não poderia deixar de ser, é em homenagem à feira.


Decoração realmente caprichada (com direito a pimentão nas orelhas), mas.... você compraria lanche dele??


Taí o homi: Seu Paulo dando entrevista pra "Grobo"



O velho e bom churrasco não poderia faltar



Dia bonito. Parque bem organizado...



... e stands bem montados. Belo programa pro final de semana.



Lonão de shows - o local preferido da guridada



Os caras tb são filhos de Deus, né?

05, traz o saco!

Namastê.