terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Everybody wants to rule the world

Férias em Rio Pardo é um barato mesmo. É estranho isso... mais de uma pessoa já veio me dizer "mas como tu anda apaixonado por Rio Pardo ultimamente". É que, na verdade, quando vc mora a vida inteira num mesmo lugar (nasce, cresce, estuda, faz amigos, etc) vc acaba não dando valor ou não percebendo as coisas lindas e raras que podem estar à sua volta. E Rio Pardo é cheia delas. O mapa abaixo é de 1809 e mostra que Rio Pardo já foi, um dia, mais da metade do território do RS.



Como já declarou em entrevista o tradicionalista Nico Fagundes "O RS tem uma dívida insolúvel com Rio Pardo.". O Estado praticamente nasceu neste município e muito do que o RS é hoje deve-se a este chão. Falando em entrevista, na terça-feira anterior ao Natal (dia 18) eu tive a oportunidade e o prazer de participar do programa de rádio Trocando Idéias, na rádio Rio Pardo. Claro que eu não sou ninguém importante nem que tenha nada de muito relevante para falar a ponto de ser convidado para um programa de rádio, mas a verdade é que este programa semanal é do Sindicato Rural de Rio Pardo, do qual meu pai é presidente. Como se isso já não bastasse, o Seu Paulo Ene também é um dos componentes da mesa redonda de todas as terças e isso me rendeu uma participação de gaiato. Minha intenção inicial era ficar num canto escutando o falatório e tirando algumas fotos, mas por insistência dos presentes acabei assumindo um dos microfones. Foi bem legal. Eu nunca tinha falado em rádio ou TV antes e confesso que fiquei meio nervoso. Mas depois o nervosismo passa, você até esquece que está falando para uma quantidade razoável de pessoas e o negócio vira uma conversa entre amigos.

Ontem foi noite de Natal. Depois do tradicional peru assado, nozes, sarrabulho, farofa e aquele monte de comida que depois vc passa o resto do ano tentando queimar na academia, vem uma parte legal de vir passar Natal por essas bandas: vc sai na Rota 66 e acaba encontrando os amigos que não via desde 1900 e guaraná com rolha. Diga-se de passagem, essa é a única parte legal da coisa. O centro de Rio Pardo, infelizmente, está muito diferente do que era uns 10... 12 anos atrás quando eu costumava dar meus bordejos de guri. Na verdade, na verdade, o que falta em Rio Pardo é mais opções de lugares pra sair. Isso faz todo mundo ir pro mesmo lugar (porque não tem outra opção) e no fim das contas acabam grupos completamente diferentes compartilhando da mesma festa. Isso, a meu ver, infelizmente, é um problema sem solução. Todos que tentaram abrir outras opções de noite aqui se ferraram. E vou explicar o porquê: A boate que tem nessas bandas pertence ao clube. Vc vai ver nas fotos depois que isso fica bem claro. A danceteria fica na parte debaixo do Clube Literário e, portanto, faz parte das dependências do clube. Assim sendo, todos que são sócios do mesmo, têm direito a usufruir gratuitamente de todas as dependências, incluindo a Rota 66. Isso enraizou uma cultura no povo baladeiro daqui de não pagar pra entrar em festa. Simples assim. As pessoas aqui não estão acostumadas a pagar pra entrar em festa e ponto final. Então, os lugares que tentam sobreviver fazendo concorrência à Rota 66 acabam morrendo com meia dúzia de gatos pingados dentro e fecham as portas. Isso foi assim com TODOS, sem exceção.

Desabafos da super noite Riopardense à parte, vamos ao momento Polaroid, hoje com vááááárias fotinhos que tirei durante estas merecidas férias na capital do mundo.




Vamos brindar à vida meu bem - começando a ficar pretão


Por-do-sol na lateral do prédio do Banco do Brasil


Você não imagina a delícia que é correr com um visual desses - Praia dos Ingazeiros - Por-do-sol no Rio Jacuí


Uma noção melhor de onde o pessoal faz as corridinhas - tá, eu sei que tá meio escuro.


Aeee... grande Rota 66 (Forno 66). Essa porta dá para uma rampinha que leva ao "mundo underground de Rio Pardo".


Mesmo local da foto anterior, mas de lado. A boate fica debaixo do clube Literário.



Realmente, festas imperdíveis!


No Natal, Ano Novo, Carnaval e mais ocasiões de "gala" a parte de cima do clube também é utilizada. Mais uma performance epopéica da banda Tempo Novo.


A Igreja Matriz, um dos cartôes postais de Rio Pardo. Obra barroca em sua mais bela forma e 207 anos de idade.


Oa anjinhos barrocos da Igreja Matriz.


Matriz véia já não cozinha na primeira fervura...


Rua da ladeira, outro cartão postal de Rio Pardo. Primeira rua calçada do RS. Foi feita para receber o Imperador Dom Pedro I no séc. XIX. Ao fundo, a mesma Igreja Matriz das fotos anteriores.


Mais obra barroca, agora um pouco mais macabra: As 5 caveiras da entrada do cemitério. Uma no centro e outra no topo de cada pilar. Segundo especialistas esses desenhos são raríssimos e únicos no Brasil. No livro acima da caveira central está escrito "Finis" ("Fim" em latin) - bem sugestivo.


Aqui terminou a cidade. Linha férrea que se perde nas verdes pradarias e a olaria à direita.


Foto de céu 1: Tempestade Tropical de fim de tarde se formando.


Foto de céu 2: Após a tempestade, vem a bonança.


Foto de céu 3: The sky is a poisonous garden tonight.

Namastê!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

And I wait for you there like a stone

Que merda, cara.... 1 mês quase sem postar no blog. Eu sou um bosta mesmo. Ando infinitamente preguiçoso pra escrever. Sabe que ás vezes eu tenho idéias legais durante o dia, mas chega na hora do meu descanso e eu já não tenho saco para transformá-las em texto. Sei lá porque. Vai entender. Eu sei é que ultimamente estou tentanto me manter mais saudável e mais fiel aos exercícios. Aula de bike na PUC está legal, mas estou sentindo que meu corpo já está ficando "saturado" de bike. Eu ainda gosto de fazer, mas está cada vez mais difícil fazer o batimento cardíaco subir. E se eu volto para um ritmo de repouso o batimento despenca virtiginosamente. Segundo a profe Carol isso é bom. Significa que estou bem condicionado. Mas é meio palha vc morrer em cima da bike pro batimento não passar de 155.

Então agora voltei a correr. Eu amo corrida. É sem dúvida o meu esporte predileto. Meu joelho não doeu mais , achei um tênis que não me judia o garrão e estou correndo sempre em lugares legais. Bike pode ser muito legal, muito animado, mulherada sacolejando traseiros pra lá e pra cá, mas nada se compara com a liberdade e o prazer de se exercitar ao ar livre.

Falando em ar livre, pra quem não sabe ainda, estou passando uns diazinhos de férias em Rio Pardo. Eu amo essa cidade e suas peculiaridades. Depois de tanto tempo só postando fotos e mais fotos da famosa Rio Pardo, eu finalmente resolvi fazer um "road-video" dentro da cidade. São 10mins de tour pelas simpáticas e estreitas ruelas desse município onde nasci, me criei, estudei, recebi minha educação e princípios pra depois sair pra esse mundão de Deus. Enjoy



É... isso mesmo... é link do Youtube. Se tu tá no trampo e não consegue ver, azar o teu. Na verdade tu tinha é que estar trabalhando, e não lendo essa merda. Se bateu a curiosidade, envia pra casa.. Vai... tu sabe que tu tá a fim... E o vídeo? Que tal? Com direito a volta na praia dos Ingazeiros!! Falando em Rio Pardo, achei uma relíquia dentro de umas gavetas aqui. Uma edição do Anedotário da Rua da Praia de 1982. Dêm uma olhada da capa




Esse livro tem cada pérola de fazer chorar de rir. Ontem à noite era 1 da manhã e eu chorava de rir das besteiras. Seguem algumas:

"Mensagem transmitida pela rádio Alegrete a fazendeiro do interior do município:
- Atenção Sr. Francisco Alvarado, venha depressa à cidade. Seu pai está passando muito mal. Convém trazer luto."

"Lia-se o convite para enterro ao microfone de rádio da capital:
- ... o corpo já encomendado sairá hoje as 11h da capela do Hospital Santa Rita para o cemitério São Miguel e Almas...
Instintivamente, o locutor conferiu o relógio e constatou serem já 11:20. Arrematou rápido:
- ... aliás, já saiu, mas se o amigo ouvinte apertar o passo, acho que ainda pega o féretro na lomba do cemitério"

Aviso: se o leitor não é do RS, provavelmente não entenderá porra nenhuma das pérolas que seguem:

"Há frases famosas, ditas por comandantes de corpos provisórios a seus soldados. Como as do lacônico Coronel Esperidião, em vilarejo perto de Sant'Ana do Livramento, na linha com o Uruguai. Pretendendo motivar a tropa de pés no chão, lanças de bambu e alguns velhos mosquetões, formada à sua frente, bradou:
- Indiada!! Aqueles cagado lá do centro do país diz que nóis semo uns baita cobarde. Nóis semo cobarde indiada??
- Não!! - gritaram todos em coro
- Pos entonce bamo lá indiada!!!
...
O batalhão provisório retornou à cidade após um longo período de refregas. O Coronel Salustiano deu a última ordem, dispensando-os:
- Os que querem irem indo podem irem indo, no más. Os restante estão deliberados."

"O coronel Carpano, quando jovem, estava visitando pela primeira vez a fazenda do sogro, o Coronel Percílio Queirós. Este, acompanhado de toda família, resolveu mostrar-lhe as instalações. A certa altura, o velho apontou o dedo e explicou:
- Deste lado fica a mangueira.
O lacônico comentário de Carpano causou arrepio geral:
- Se nota pelo bostero.

A visita continuou até o local de ordenha das vacas, onde o coronel Percílio, detendo-se atrás de um belo espécime leiteiro, chamou a atenção de Carpano para o ubre do animal. Depois de detalhar as qualidades do bicho, perguntou-lhe o que achara. Carpano, distraído e pensando longe, respondeu quase sem perceber:
- Achei uma beleza. E que buceta grande ela tem, não é?"

E essas são apenas algumas das pérolas do livrinho. Vou postando outras aqui que eu achar engraçadas.

Momento Polaroid! =DDD


Não faz se mais mais carro que nem esse. Vi essa beldade circulando imponente na Av. Ipiranga dia desses.


Velozes e Furiosos - Rio Pardo Edition


Gostoso mesmo é sair de Porto Alegre e a ponte do Guaíba estar levantada


Relíquia do Seu Mazotti (Meu avô, que Deus o tenha). E você reclama que o Windows é lento???


Ai ai.... férias é tão chato..

Post sem teses, sem teorias, sem viagens malucas, apenas estava com saudades de dedilhar um pouco por estes pagos.

Namastê!