terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Everybody wants to rule the world

Férias em Rio Pardo é um barato mesmo. É estranho isso... mais de uma pessoa já veio me dizer "mas como tu anda apaixonado por Rio Pardo ultimamente". É que, na verdade, quando vc mora a vida inteira num mesmo lugar (nasce, cresce, estuda, faz amigos, etc) vc acaba não dando valor ou não percebendo as coisas lindas e raras que podem estar à sua volta. E Rio Pardo é cheia delas. O mapa abaixo é de 1809 e mostra que Rio Pardo já foi, um dia, mais da metade do território do RS.



Como já declarou em entrevista o tradicionalista Nico Fagundes "O RS tem uma dívida insolúvel com Rio Pardo.". O Estado praticamente nasceu neste município e muito do que o RS é hoje deve-se a este chão. Falando em entrevista, na terça-feira anterior ao Natal (dia 18) eu tive a oportunidade e o prazer de participar do programa de rádio Trocando Idéias, na rádio Rio Pardo. Claro que eu não sou ninguém importante nem que tenha nada de muito relevante para falar a ponto de ser convidado para um programa de rádio, mas a verdade é que este programa semanal é do Sindicato Rural de Rio Pardo, do qual meu pai é presidente. Como se isso já não bastasse, o Seu Paulo Ene também é um dos componentes da mesa redonda de todas as terças e isso me rendeu uma participação de gaiato. Minha intenção inicial era ficar num canto escutando o falatório e tirando algumas fotos, mas por insistência dos presentes acabei assumindo um dos microfones. Foi bem legal. Eu nunca tinha falado em rádio ou TV antes e confesso que fiquei meio nervoso. Mas depois o nervosismo passa, você até esquece que está falando para uma quantidade razoável de pessoas e o negócio vira uma conversa entre amigos.

Ontem foi noite de Natal. Depois do tradicional peru assado, nozes, sarrabulho, farofa e aquele monte de comida que depois vc passa o resto do ano tentando queimar na academia, vem uma parte legal de vir passar Natal por essas bandas: vc sai na Rota 66 e acaba encontrando os amigos que não via desde 1900 e guaraná com rolha. Diga-se de passagem, essa é a única parte legal da coisa. O centro de Rio Pardo, infelizmente, está muito diferente do que era uns 10... 12 anos atrás quando eu costumava dar meus bordejos de guri. Na verdade, na verdade, o que falta em Rio Pardo é mais opções de lugares pra sair. Isso faz todo mundo ir pro mesmo lugar (porque não tem outra opção) e no fim das contas acabam grupos completamente diferentes compartilhando da mesma festa. Isso, a meu ver, infelizmente, é um problema sem solução. Todos que tentaram abrir outras opções de noite aqui se ferraram. E vou explicar o porquê: A boate que tem nessas bandas pertence ao clube. Vc vai ver nas fotos depois que isso fica bem claro. A danceteria fica na parte debaixo do Clube Literário e, portanto, faz parte das dependências do clube. Assim sendo, todos que são sócios do mesmo, têm direito a usufruir gratuitamente de todas as dependências, incluindo a Rota 66. Isso enraizou uma cultura no povo baladeiro daqui de não pagar pra entrar em festa. Simples assim. As pessoas aqui não estão acostumadas a pagar pra entrar em festa e ponto final. Então, os lugares que tentam sobreviver fazendo concorrência à Rota 66 acabam morrendo com meia dúzia de gatos pingados dentro e fecham as portas. Isso foi assim com TODOS, sem exceção.

Desabafos da super noite Riopardense à parte, vamos ao momento Polaroid, hoje com vááááárias fotinhos que tirei durante estas merecidas férias na capital do mundo.




Vamos brindar à vida meu bem - começando a ficar pretão


Por-do-sol na lateral do prédio do Banco do Brasil


Você não imagina a delícia que é correr com um visual desses - Praia dos Ingazeiros - Por-do-sol no Rio Jacuí


Uma noção melhor de onde o pessoal faz as corridinhas - tá, eu sei que tá meio escuro.


Aeee... grande Rota 66 (Forno 66). Essa porta dá para uma rampinha que leva ao "mundo underground de Rio Pardo".


Mesmo local da foto anterior, mas de lado. A boate fica debaixo do clube Literário.



Realmente, festas imperdíveis!


No Natal, Ano Novo, Carnaval e mais ocasiões de "gala" a parte de cima do clube também é utilizada. Mais uma performance epopéica da banda Tempo Novo.


A Igreja Matriz, um dos cartôes postais de Rio Pardo. Obra barroca em sua mais bela forma e 207 anos de idade.


Oa anjinhos barrocos da Igreja Matriz.


Matriz véia já não cozinha na primeira fervura...


Rua da ladeira, outro cartão postal de Rio Pardo. Primeira rua calçada do RS. Foi feita para receber o Imperador Dom Pedro I no séc. XIX. Ao fundo, a mesma Igreja Matriz das fotos anteriores.


Mais obra barroca, agora um pouco mais macabra: As 5 caveiras da entrada do cemitério. Uma no centro e outra no topo de cada pilar. Segundo especialistas esses desenhos são raríssimos e únicos no Brasil. No livro acima da caveira central está escrito "Finis" ("Fim" em latin) - bem sugestivo.


Aqui terminou a cidade. Linha férrea que se perde nas verdes pradarias e a olaria à direita.


Foto de céu 1: Tempestade Tropical de fim de tarde se formando.


Foto de céu 2: Após a tempestade, vem a bonança.


Foto de céu 3: The sky is a poisonous garden tonight.

Namastê!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

And I wait for you there like a stone

Que merda, cara.... 1 mês quase sem postar no blog. Eu sou um bosta mesmo. Ando infinitamente preguiçoso pra escrever. Sabe que ás vezes eu tenho idéias legais durante o dia, mas chega na hora do meu descanso e eu já não tenho saco para transformá-las em texto. Sei lá porque. Vai entender. Eu sei é que ultimamente estou tentanto me manter mais saudável e mais fiel aos exercícios. Aula de bike na PUC está legal, mas estou sentindo que meu corpo já está ficando "saturado" de bike. Eu ainda gosto de fazer, mas está cada vez mais difícil fazer o batimento cardíaco subir. E se eu volto para um ritmo de repouso o batimento despenca virtiginosamente. Segundo a profe Carol isso é bom. Significa que estou bem condicionado. Mas é meio palha vc morrer em cima da bike pro batimento não passar de 155.

Então agora voltei a correr. Eu amo corrida. É sem dúvida o meu esporte predileto. Meu joelho não doeu mais , achei um tênis que não me judia o garrão e estou correndo sempre em lugares legais. Bike pode ser muito legal, muito animado, mulherada sacolejando traseiros pra lá e pra cá, mas nada se compara com a liberdade e o prazer de se exercitar ao ar livre.

Falando em ar livre, pra quem não sabe ainda, estou passando uns diazinhos de férias em Rio Pardo. Eu amo essa cidade e suas peculiaridades. Depois de tanto tempo só postando fotos e mais fotos da famosa Rio Pardo, eu finalmente resolvi fazer um "road-video" dentro da cidade. São 10mins de tour pelas simpáticas e estreitas ruelas desse município onde nasci, me criei, estudei, recebi minha educação e princípios pra depois sair pra esse mundão de Deus. Enjoy



É... isso mesmo... é link do Youtube. Se tu tá no trampo e não consegue ver, azar o teu. Na verdade tu tinha é que estar trabalhando, e não lendo essa merda. Se bateu a curiosidade, envia pra casa.. Vai... tu sabe que tu tá a fim... E o vídeo? Que tal? Com direito a volta na praia dos Ingazeiros!! Falando em Rio Pardo, achei uma relíquia dentro de umas gavetas aqui. Uma edição do Anedotário da Rua da Praia de 1982. Dêm uma olhada da capa




Esse livro tem cada pérola de fazer chorar de rir. Ontem à noite era 1 da manhã e eu chorava de rir das besteiras. Seguem algumas:

"Mensagem transmitida pela rádio Alegrete a fazendeiro do interior do município:
- Atenção Sr. Francisco Alvarado, venha depressa à cidade. Seu pai está passando muito mal. Convém trazer luto."

"Lia-se o convite para enterro ao microfone de rádio da capital:
- ... o corpo já encomendado sairá hoje as 11h da capela do Hospital Santa Rita para o cemitério São Miguel e Almas...
Instintivamente, o locutor conferiu o relógio e constatou serem já 11:20. Arrematou rápido:
- ... aliás, já saiu, mas se o amigo ouvinte apertar o passo, acho que ainda pega o féretro na lomba do cemitério"

Aviso: se o leitor não é do RS, provavelmente não entenderá porra nenhuma das pérolas que seguem:

"Há frases famosas, ditas por comandantes de corpos provisórios a seus soldados. Como as do lacônico Coronel Esperidião, em vilarejo perto de Sant'Ana do Livramento, na linha com o Uruguai. Pretendendo motivar a tropa de pés no chão, lanças de bambu e alguns velhos mosquetões, formada à sua frente, bradou:
- Indiada!! Aqueles cagado lá do centro do país diz que nóis semo uns baita cobarde. Nóis semo cobarde indiada??
- Não!! - gritaram todos em coro
- Pos entonce bamo lá indiada!!!
...
O batalhão provisório retornou à cidade após um longo período de refregas. O Coronel Salustiano deu a última ordem, dispensando-os:
- Os que querem irem indo podem irem indo, no más. Os restante estão deliberados."

"O coronel Carpano, quando jovem, estava visitando pela primeira vez a fazenda do sogro, o Coronel Percílio Queirós. Este, acompanhado de toda família, resolveu mostrar-lhe as instalações. A certa altura, o velho apontou o dedo e explicou:
- Deste lado fica a mangueira.
O lacônico comentário de Carpano causou arrepio geral:
- Se nota pelo bostero.

A visita continuou até o local de ordenha das vacas, onde o coronel Percílio, detendo-se atrás de um belo espécime leiteiro, chamou a atenção de Carpano para o ubre do animal. Depois de detalhar as qualidades do bicho, perguntou-lhe o que achara. Carpano, distraído e pensando longe, respondeu quase sem perceber:
- Achei uma beleza. E que buceta grande ela tem, não é?"

E essas são apenas algumas das pérolas do livrinho. Vou postando outras aqui que eu achar engraçadas.

Momento Polaroid! =DDD


Não faz se mais mais carro que nem esse. Vi essa beldade circulando imponente na Av. Ipiranga dia desses.


Velozes e Furiosos - Rio Pardo Edition


Gostoso mesmo é sair de Porto Alegre e a ponte do Guaíba estar levantada


Relíquia do Seu Mazotti (Meu avô, que Deus o tenha). E você reclama que o Windows é lento???


Ai ai.... férias é tão chato..

Post sem teses, sem teorias, sem viagens malucas, apenas estava com saudades de dedilhar um pouco por estes pagos.

Namastê!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

In another life I see you as an angel flying high

É gurizada... Natal tá ae. Uma vez me disseram que os anos são que nem estradas ou ruas que você passa todos os dias. No início parece que a viagem demora mais, porque seu cérebro registra todo e qualquer detalhe do percurso e isso passa a impressão que o tempo demora mais a passar. À medida que você começa a passar por ali todos os dias, seu cérebro (que é o mecanismo mais fabuloso e mais engenhoso do planeta Terra) irá preencher detalhes mínimos daquele percurso com informações já armazenadas, "poupando" que você tenha que processar e armazenar aquela informação novamente. Comparando grosseiramente, é como se fossem os "arquivos temporários de internet" que você de vez em quando limpa no seu computador - pelo menos você deveria limpar 1x por mês. Ao visitar uma página da internet já visitada, seu Internet Explorer não baixa de novo todas as imagens, mas sim busca do histórico aquilo que já foi baixado para não precisar processar novamente. É mais ou menos isso.

Sendo assim, como a ação de preencher um detalhe com uma informação armazenada é bem mais rápida do que captá-la e armazená-la, você tem esta nítida impressão que um mesmo percurso que dura o mesmo tempo pode parecer mais curto. O cérebro humano realmente é uma máquina sensacional.

E desta mesma forma ele age em relação aos anos. Com o passar do tempo, os dias, feriados, aniversários, natais, páscoas, etc vão ficando cada vez mais próximos e a distância entre os mesmos parece encurtar. "Mas já é Natal? Parece que a Páscoa foi semana passada...". Sinto lhe informar, caro leitor, mas se você tem estes sintomas significa que você está começando a ficar velho, o que não é ruim, de forma alguma. Bem pelo contrário: pode ser show de bola se você souber aproveitar da maneira certa ao invés de ficar reclamando que seu cabelo tá ficando branco.

Mas enfim. Não era bem sobre isso que eu queria escrever, mas acabei me empolgando (como sempre) e saiu isso. Ao falar de Natal no início, na verdade eu queria comentar que um dia desses eu fui no Iguatemi com minha Personal Stylist (sim, eu tenho uma Personal Stylest e ela se chama Paula Ene) pra dar uma renovada no guarda-roupa. Sabe? Pegar aquelas camisas surradas do seu guarda-roupa e dar para alguém, cabides vazios, limite no cartão, foda-se e seja feliz? Pois é isso mesmo. Dar um refresh no guarda-roupa e investir em mim mesmo um pouco. Nunca esqueça que o melhor investimento que você pode fazer é na sua própria aparência e bem estar. Tá bom, vai... é gostoso torrar grana em roupa. Eu gostei. É legal..... mas tb não é essa coisa toda que a mulherada fica louca por shopping e liquidação. Isso é um dos aspectos femininos (só mais um) que eu jamais entenderei. De qualquer forma, ir no Iguatemi em época de Natal é muito legal. Quando eu era piá eu adorava vir a Porto Alegre na época do Natal por 3 coisas:
1) Ver o relógio gigante de líquido verde do Iguatemi. Eu ficava horas olhando aquele relógio, impressionado. E olha que pra eu ficar muito tempo parado quando eu era pequeno era uma tarefa quase impossível. Pergunte à Dona Fátima (minha santa mãe que me aguentou e tem vaga garantida no céu) .
2) Comer fast food. Sim, não sei se os "criados em apartamento" aí sabem, mas só Porto Alegre tem McDonald's. Em Rio Pardo tinha (e ainda tem) o Dogão do Antônio do outro lado da "faixa" que faz o melhor lanche da cidade. Então pra mim era o máximo vir 1 ou 2 vezes por ano pra Capital comer McLanche Feliz e ganhar bonequinhos e outras coisinhas que eu via propaganda nos intervalos do Xou da Xuxa.
3) Ver a decoração de Natal. As pessoas que sempre moraram e se criaram em Porto Alegre não têm a noção exata do fascínio que uma criança criada numa cidade mais simples tem por coisas como a decoração de Natal do Iguatemi. Não confunda com ser criado em grota, roça, mato ou fim do mundo. Apesar das brincadeiras, eu não considero Rio Pardo um lugar assim. Tem cidades bem piores. Só que claro que aqui as coisas todas são maiores, mais bonitas, mais caprichadas, de mais bom gosto (menos o urso enforcado do Iguatemi - confira no Momento Polariod de hoje). É diferente de você ver a decoração de Natal da vitrine das Lojas Pompéia ou da Xavier.

O mais engraçado de tudo é que ainda hoje eu adoro ficar olhando as decorações de Natal. Foi por muito pouco e porque estávamos apertados de tempo no dia que eu e a Paula não entramos casa do Papai Noel a dentro pra voltar a ser crianças e ver os duendes (e principalmente as duendas que eram bem ajeitadas hehehe).

Cara.... hoje à noite eu e a Paula fomos jantar no Tudo Pelo Social. Depois de muito tempo falando, falando e nunca concretizando, resolvemos ir pra ver "qual é". Restaurante bem cara de restaurante. Garçons de camisa branca e calça preta, gentarada falando e rindo e pratos enormes circulando pra lá e pra cá. Legal que logo que eu entrei, senti o mesmo cheiro de um restaurante super antigo e "família" de Rio Pardo chamado Century (que todo mundo falava "centúri"). Sobre o tamanho dos pratos, é simplesmente ABSURDO. Eu e minha irmã somos ambos excelentes garfos, daqueles que avó tem gosto de ver comer, e mal chegamos na metade de um bife à parmegiana. Pedimos pra embrulhar pra levar. Na verdade é bem simples: os caras pegam um filé INTEIRO, abrem, recheiam com presunto e queijo, fritam, tacam-lhe molho e servem com uma porção nababesca de fritas e arroz. Dá para quatro pessoas comerem tranquilamente e é delicioso. Recomendo.

Ainda na farra gastronômica da semana, fui no Outback eu matei a saudade de um New York Strip. É um corte americano que mistura filé e contra-filé, acompanhado de uma porção de arroz. Eu comia esse bife umas 2 ou 3 vezes por semana quando estava nos EUA. Bom que é uma barbaridade. Dá bem pra 1 pessoa com fome e que goste de carne matar sozinho. Detalhe que ele custa 5 reais a mais do que o mega-ultra filé do Tudo Pelo Social, mas não dá pra comprar os ambientes ;-)

Momento Polaroid!! \o/


A decoração de Natal do Iguatemi e seu Urso Enforcado


O New Your Strip delicioso do Outback


O filé à parmegiana monstruoso e também delicioso do TPS. Pra terem idéia do tamanho, comparem com o tamanho dele com o do garfo dentro do prato.

Namastê!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Tell me that you'll open your eyes


"Homem de preto, qual é tua missão? Entrar pela favela e deixar corpo no chão"

Tá! Pronto!! Parem de encher meu saco agora. FUI assistir Tropa de Elite. Sim, né? Enchi o saco de estar por fora dos assuntos, de ficar rindo sem graça quando alguém dizia "Tem que chamar o capitão Nascimento pra resolver isso ae" e outras piadinhas oportunas e sem graça que você escuta quando um filme como esse faz sucesso. Fui assistir e confesso que estou arrependido. Sim, isso mesmo que você leu: A-R-R-E-P-E-N-D-I-D-O. Arrependido de não ter visto esse filme ANTES. Agora, convenhamos, o filme não é nenhuma super produção Hollywoodiana. Não tem efeitos especiais, não tem o Schwarzenegger (tá, eu confesso que pesquisei no google antes de escrever esse nome) e muito menos o Chuck Norris - até porque se tivesse o Chuck Norris não precisaria de BOPE. Ele daria um roundhouse kick no morro e a favela automaticamente viraria o "Magic Kingdom" da Disneylândia. Pois eu vou falar o verdadeiro "efeito especial" de Tropa de Elite: ele desperta o senso de justiça nas pessoas. E é isso que faz o filme ser o sucesso que é. O Brasileiro está farto de ver político se safar, de ver que o julgamento do Valdívia não tem data pra acontecer e o final do campeonato já está aí, enquanto o julgamento do Eduardo Costa já está marcado pro meio da semana e nem existem imagens da agressão. Estamos cansados de termos celulares roubados, de sabermos de um amigo - ou nós mesmos - foi vítima de sequestro-relâmpago, de andarmos na rua sempre olhando pros lados e esse monte de coisa que todo mundo já sabe.

Pois eis que do nada surge um filme que não é ficção, é um retrato da realidade, que mostra um capitão fodástico de uma facção ainda mais fodástica da polícia (na qual deixamos de confiar há bastante tempo) que sobe morro acima com técnicas de guerra de dar inveja aos "marines" norte-americanos e senta-lhe o cacete em vagabundo e traficante. Pra que, né? Um filme desses cai como uma luva no gosto do público. Todos nós temos um pouco de Capitão Nascimento dentro de si. Todos queremos justiça sem limites. Todos queremos sentar o sarrafo e crivar de bala esse bando de marginais que nos faz nos escondermos atrás de grades dentro de nossas próprias casas. Além disso, as pessoas encheram o saco dessa história de "direitos humanos". Direitos Humanos uma ova! Onde está o direito humano quando o marginal descarrega um revólver em um pai de família na sinaleira?? A cena da passeata pra mim foi uma das melhores do filme "Engraçado... quando morre policial, ninguém faz passeata pela Paz" - disse o capitão Nascimento que narrou o filme todo. O bando de maconheiros filhinhos de papai vestidos de branco com a foto da moça assassinada no morro parecia não perceber que quem tinha matado aquela moça eram ELES. Quem compra droga, compra filme pirata no centro, compra mercadoria roubada, etc, está financiando a violência e, portanto, perde o direito de reclamar dela.

Chega de Tropa de Elite. Se você não assistiu ainda, deixe de ser alienado e vá!

Fim de semana que passou fui a Rio Pardo para visitar meus pais e prestigiar a 44ª Feira Agropecuária e 4ª Rio Pardo Feira e Festa. O evento é organizado pelo Sindicato Rural de Rio Pardo, que tem como presidente um dos "culpados" por eu estar neste mundo e, por consequência, por você estar lendo este texto: meu pai, Paulo Ene. Já sabem pra quem reclamar. Enfim, feira agropecuária é sempre aquela coisa, né? Cheiro de bosta de cavalo misturado com churrasco, aquela casca de arroz no chão pra não ficar tudo enlamaçado e quando vc pisa faz "tchóf, tchóf, tchóf". Cavalo pra lá, máquina agrícola pra cá. Sempre tem aquela tendinha com um tiozinho que tenta te vender aquele purificador de água que vai fazer você viver até os 180 anos... normal. A feira de Rio Pardo é pequena, até porque o Parque onde ela é realizada não comporta eventos muito maiores. A feira é proporcional ao tamanho da cidade e à capacidade econômica do município. Mas isto não significa que pequeno seja ruim. Pelo contrário. A feira é super bem organizada, os stands são bem distribuídos - aliás, houve um aumento de 50% no número de expositores em relação ao ano passado, o que mostra que a feira vem crescendo mais e mais - o parque está bem cuidado e é gostoso andar por entre tendinhas de artesanato local, artigos campeiros, stands de montadoras de carros, implementos agrícolas, etc etc. A feira também conta com um lonão onde são realizados os shows - feira tem que ter show. Democraticamente, na sexta-feira houve um festival de bandas de rock , que tive o prazer de prestigiar, e no sábado teve show de banda de pagode. Todos sabem minha opinião a respeito de pagode, mas a voz do povo é a voz de Deus =D

Momento Polaroid de hoje, como não poderia deixar de ser, é em homenagem à feira.


Decoração realmente caprichada (com direito a pimentão nas orelhas), mas.... você compraria lanche dele??


Taí o homi: Seu Paulo dando entrevista pra "Grobo"



O velho e bom churrasco não poderia faltar



Dia bonito. Parque bem organizado...



... e stands bem montados. Belo programa pro final de semana.



Lonão de shows - o local preferido da guridada



Os caras tb são filhos de Deus, né?

05, traz o saco!

Namastê.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

While my eyes Go looking for flying saucers in the sky

Cara.... por onde começar? Esse é um texto que estou escrevendo meio a contra-gosto porque é um texto que me vi "forçado" a escrever. Sim, afinal de contas não é todos os dias que você tem a oportunidade de escrever mal traçadas linhas do além mar. Tenho tantas coisas na minha cabeça agora que poderia escrever um compêndio. Essas duas semanas na Inglaterra têm sido realmente sensacionais em todos os aspectos. São muitas "primeiras vezes" em muito pouco tempo. Primeira vez na Europa, primeira vez em Londres, primeira vez dirigindo do lado "errado" da rua, primeira viagem internacional sem ser pros States - acreditem em mim ou não, mesmo tendo ido pros EUA uma meia dúzia de vezes, quando você sai da sua rotina de viagens e vai pra outro lugar completamente diferente, você meio que "zera" sua experiência. É como viajar pela primeira vez em muitos aspectos. Claro que vc circula com mais destreza, certeza e convicção por salões de embarque, balcões de companhias aéreas, esteiras de bagagens e não se apavora mais diante de um funcionário de imigração, mas pisar num país diferente sempre dá um friozinho na barriga.

Falando em friozinho, PUTA que o pariu, viu? Fez 2 graus (isso mesmo, DOIS) na manhã que o mané aqui decidiu deixar o carro no estacionamento e seguir de trem pra Londres. Mas valeu a pena. Eu nao poderia deixar de ter a experiência de viajar de trem na Europa. Valeu os dedos e boca roxos de manhã cedo as 07:30 em pleno sábado. Ainda mais pelas fotos que eu vou colocar no final do post. Pontualidade britância existe de verdade. O trem era as 07:53. As 07:52:44 ele parava na estação e as 07:53 ele saia. Azar de quem ficasse.

Londres é muito mais do que eu imaginava. Um cidade na qual se respira história em cada canto. Tudo tem um porque, alguém famoso que passou ali, viveu ali, você relaciona as histórias contadas com o que você estudou no colégio e se dá conta que vc está numa das grandes capitais do mundo e um dos lugares mais famosos e legais do planeta. E essa sensação é indescritível. Se um dia vc tiver a oportunidade de conhecer Londres, conheça. Não pense duas vezes. As coisas são oponentes, reluzentes. Estar às margens do Tâmisa e poder escutar todas as 12 badaladas do Big Ben ao meio dia, num dia de céu limpo e aos pés do relógio mais famoso do mundo com certeza foi uma das experiências mais fantásticas que já tive.

Fora isso... dirigir na mão inglesa... Olha, eu pintei na minha cabeça um monstro do tamanho do Godzilla, mas não é um monstro muito maior do que o Alien. Dirigir na mão inglesa é uma questão de "configuração mental". Vc tem que condicionar o cérebro a "espelhar" seus reflexos com relação à direção. Exercite mentalmente como se comportar em um cruzamento, como vc vai fazer marchas, etc e tudo vem naturalmente quando vc sentar ao volante. Quando fui pegar o carro na locadora, ÓBVIO que tentei entrar pelo lado errado do motorista. Normal. Os primeiros minutos dirigindo do lado "errado" são meio estranhos. Meio surreais. Esqueça tudo que a experiência ao volante te deu em termos de dimensões e noção de espaço de um carro ( que, com licença, homens tem bem mais noção que mulheres). Quando vc sentar do lado direito do carro pra dirigir, vc perde totalmente a nocao do espaço do lado oposto do veículo. Falei com o pai no telefone no mesmo dia e ele deu a melhor definicação pra essa sensação que encontrei até agora: você se sente como se fosse o passageiro dirigindo. E é bem assim. Se vc quiser ver como é, vá com alguém (pai, mae, namorado, namorada, etc) pra um lugar bem deserto, uma rua meio fora de circulação e, com o carro em movimento - devagar de preferencia - tente fazer manobras sentado no banco do carona. Depois me diga o que achou. Dirigir na mao inglesa nos primeiros momentos é bem isso. Passado um tempo, fica gostoso até. A mao direita (que no meu caso é a boa) está sempre no volante e vc pega mais segurança pra fazer as marchas com a esquerda. Com 1 ou 2 dias você tá craque.

Agora... BOM mesmo de Londres foi ter ido com a camiseta do TRICOLOR Gaúcho e ter sua camiseta RECONHECIDA! Sim... exatamente. Time grande é isso, né? Desculpa ae... Não me recordo de ter visto nenhuma camiseta de nenhum outro time brasileiro por lá. Eu vi sim foi OUTRO cara de camiseta do Grêmio. Ele estava do outro lado da London Bridge e a única comunicação que trocamos foram berros de "Dá-lhe Gremio!!!". Outro tiozinho, quando eu estava indo embora em direção à estação de Waterloo, estava de papo com um outro cara (em ingles) quando de repente fala: "Peraí... é a camiseta do Gremio! É tricolor!!!" que foi devidamente respondida com "Da-lhe Tricolor!!". Sensação quase tão extasiante quando subir ao topo do London Eye e ter uma das cidades mais lindas e famosas do mundo aos seus pés.

Momento Polaroid de hoje, claro, é em homenagem a esta aventura pela terra dos Reis e Rainhas.


Dá um medinho... mas nada de desesperador


Tiozinho...


Será que tá afiada?


Crássico


London, BABY!!!


Trem "irritantemente" pontual. (acho que nosso amigo ali nao curte ser fotografado de manhã cedo)


Frio infinito e geada véia cuiuda.


London Eye - "Por isso eu quero cantar... Gremio de coração...


... eu te sigo à toda parte. Tu és sempre o campeão" - Tower Bridge


Não podia deixar o Red Bus de fora...

Era isso.

"Cheers"!

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Did they get you to trade your heroes for ghosts?

Antes de qualquer coisa (lembrando que "antes de mais NADA" não existe) eu gostaria de agradecer ao pessoal que visita o blog e deixa comentários. Impressionante a repercussão do último post, quando escrevi sobre uma coisa totalmente besta e sem utilidade como técnicas de consumo de pacotes de batatinha. Quando escrevo sobre coisa de fundamento ninguém fala nada. Mesmo assim, obrigado! =)

Por isso que irei atender aos apelos populares e escrever sobre uma coisa que todo mundo conhece. Antes de dizer o que é, eu gostaria de chamar sua atenção, prezado leitor (que está perdendo seu tempo precioso vindo aqui nessa mer**), para a imagem abaixo:



Local: Cavanhas da Barão, sexta-feira, 28/09/2007 22:00. O que pode ser tão interessante a ponto de fazer todas estas pessoas largarem o que estão fazendo (comer, no caso, já que o Cavanhas é uma casa de lanches) e ficar olhando para um ponto fixo? Repare que NINGUÉM está comendo e TODOS olham para a mesma direção. Pois se você pensou "último capítulo da novela das 8", acertou na mosca. Sim, essa galera aí, mais todos os garçons do local, que não saíram no quadro da foto, estavam olhando fixamente para a TV para saber quem matou a... a... gostosinha aquela.. a Taís!! Como eu estava sentado exatamente sob a TV acabei não acompanhando o desenrolar desta história interessantíssima da qual não acompanhei um capítulo sequer. Isto também fez com que eu tivesse a presença de espírito de capturar esse momento sui generis. "Ai machão. Admite aí que vê novela que nem todo mundo", você deve estar pensando. Olha, em primeiro lugar, "apa" (isso mesmo, "apa" - apa puta que pariu). Em segundo lugar, eu não teria problema nenhum em admitir que assisto novela. Já assisti muita novela legal que passou na Globo. Tieta, Vamp, A Viagem, Por Amor, Rei do Gado, etc., são algumas que consigo lembrar. Devo admitir que nos últimos 3 ou 4 anos eu não tenho acompanhado novela mesmo. De repente porque faz mais ou menos isso de tempo que eu assino TV a cabo e sempre tem alguma coisa mais interessante pra assistir do que a Globo. Ultimamente só tenho ligado na Globo para assistir futebol e F1 and that's all.

Mudando de saco pra mala, ontem estava passando pela bela e variada sessão de frutas e verduras do Bourbon (sim, eu passo ali ocasionalmente pra ver o que há de novo no fantástico mundo dos hortifrutigranjeiros) e eis que me deparo com... abacaxis!! Sim, dezenas deles, centenas, milhares (tá bom, exagerei um pouco). Eu ainda sou do tempo que abacaxis eram frutas do verão. Dezembro.... fim de Novembro, no máximo. Quando íamos pra praia, sempre parávamos naquelas quitandas improvisadas à beira do asfalto que vendiam abacaxis, pêssegos e uma gama de frutas da estação. Lembro que os abacaxis eram pequenos, bem docinhos e individuais, ou seja, você espetava um pauzinho em cada uma das extremidades e comia um inteiro tranquilamento, se lambuzando todo, é claro. Bons tempos. Hoje em dia você encontra abacaxi em Outubro. Na verdade, se você parar bem para pensar, não existe mais "época" das frutas. A rigor você encontra de tudo em qualquer época, é só saber onde procurar.

Atualmente tudo está mais fácil e mais disponível e nós nem sempre percebemos como as coisas evoluíram neste sentido de alguns anos para cá. Quinze anos atrás, se era 10 da noite e você queria ouvir.... More Than Words, do Extreme, SEM ter a fita cassete ou o LP, esquece, meu amigo. Já era. Só no outro dia que vc teria que correr na loja de discos mais próxima e pedir pro tiozinho gravar uma "seleção" pra você em fita. Sim, pq aí você aproveitaria para gravar, além da More Than Words, mais uns hits de sucesso da época como By My Side, Sweet Child of Mine, Enjoy the Silence, You are the One, Listen to Your Heart, etc. Isso se a vontade de curtir o som ainda durasse até o outro dia. Pois hoje não leva mais de 5 ou 10 minutos para você ter em mãos qualquer música que você possa desejar. Somem-se a estes mais 1 ou 2 minutos para ela estar na playlist do seu iPod e você poder sair cantarolando o novo tune pelas ruas, imerso no seu universo musical privado e recém criado graças ao Ares, Emule, Isohunt, ou o que quer que te faça feliz.

Momento Polaroid desta semana é dedicado a duas coisas que eu amo: minha simpatissíssima cidade natal, Rio Pardo e meu cão Bidu.



Bar e Lancheria Absinto - uma das diversas opções da agitada noite riopardense. (pra o que essas pessoas tão olhando???)


Trânsito caótico do centro riopardense.


"Onde tudo começou" - meus primeiros "passos" nessa vida maledetta de balada foi aí neste lugar. A primeira e única Rota 66 - Te vejo na 66.


Museu Barão de Santo Ângelo - logo na entrada tem uma cadeira que dizem ter sido usada por Dom Pedro II....


Conhece "cachorrinho na janela"?


Bidu, tua sorte é ser lindo e fofo!

Era isso. Sexta-feira, feriado a vista \o;

Namastê!