segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Tell me that you'll open your eyes


"Homem de preto, qual é tua missão? Entrar pela favela e deixar corpo no chão"

Tá! Pronto!! Parem de encher meu saco agora. FUI assistir Tropa de Elite. Sim, né? Enchi o saco de estar por fora dos assuntos, de ficar rindo sem graça quando alguém dizia "Tem que chamar o capitão Nascimento pra resolver isso ae" e outras piadinhas oportunas e sem graça que você escuta quando um filme como esse faz sucesso. Fui assistir e confesso que estou arrependido. Sim, isso mesmo que você leu: A-R-R-E-P-E-N-D-I-D-O. Arrependido de não ter visto esse filme ANTES. Agora, convenhamos, o filme não é nenhuma super produção Hollywoodiana. Não tem efeitos especiais, não tem o Schwarzenegger (tá, eu confesso que pesquisei no google antes de escrever esse nome) e muito menos o Chuck Norris - até porque se tivesse o Chuck Norris não precisaria de BOPE. Ele daria um roundhouse kick no morro e a favela automaticamente viraria o "Magic Kingdom" da Disneylândia. Pois eu vou falar o verdadeiro "efeito especial" de Tropa de Elite: ele desperta o senso de justiça nas pessoas. E é isso que faz o filme ser o sucesso que é. O Brasileiro está farto de ver político se safar, de ver que o julgamento do Valdívia não tem data pra acontecer e o final do campeonato já está aí, enquanto o julgamento do Eduardo Costa já está marcado pro meio da semana e nem existem imagens da agressão. Estamos cansados de termos celulares roubados, de sabermos de um amigo - ou nós mesmos - foi vítima de sequestro-relâmpago, de andarmos na rua sempre olhando pros lados e esse monte de coisa que todo mundo já sabe.

Pois eis que do nada surge um filme que não é ficção, é um retrato da realidade, que mostra um capitão fodástico de uma facção ainda mais fodástica da polícia (na qual deixamos de confiar há bastante tempo) que sobe morro acima com técnicas de guerra de dar inveja aos "marines" norte-americanos e senta-lhe o cacete em vagabundo e traficante. Pra que, né? Um filme desses cai como uma luva no gosto do público. Todos nós temos um pouco de Capitão Nascimento dentro de si. Todos queremos justiça sem limites. Todos queremos sentar o sarrafo e crivar de bala esse bando de marginais que nos faz nos escondermos atrás de grades dentro de nossas próprias casas. Além disso, as pessoas encheram o saco dessa história de "direitos humanos". Direitos Humanos uma ova! Onde está o direito humano quando o marginal descarrega um revólver em um pai de família na sinaleira?? A cena da passeata pra mim foi uma das melhores do filme "Engraçado... quando morre policial, ninguém faz passeata pela Paz" - disse o capitão Nascimento que narrou o filme todo. O bando de maconheiros filhinhos de papai vestidos de branco com a foto da moça assassinada no morro parecia não perceber que quem tinha matado aquela moça eram ELES. Quem compra droga, compra filme pirata no centro, compra mercadoria roubada, etc, está financiando a violência e, portanto, perde o direito de reclamar dela.

Chega de Tropa de Elite. Se você não assistiu ainda, deixe de ser alienado e vá!

Fim de semana que passou fui a Rio Pardo para visitar meus pais e prestigiar a 44ª Feira Agropecuária e 4ª Rio Pardo Feira e Festa. O evento é organizado pelo Sindicato Rural de Rio Pardo, que tem como presidente um dos "culpados" por eu estar neste mundo e, por consequência, por você estar lendo este texto: meu pai, Paulo Ene. Já sabem pra quem reclamar. Enfim, feira agropecuária é sempre aquela coisa, né? Cheiro de bosta de cavalo misturado com churrasco, aquela casca de arroz no chão pra não ficar tudo enlamaçado e quando vc pisa faz "tchóf, tchóf, tchóf". Cavalo pra lá, máquina agrícola pra cá. Sempre tem aquela tendinha com um tiozinho que tenta te vender aquele purificador de água que vai fazer você viver até os 180 anos... normal. A feira de Rio Pardo é pequena, até porque o Parque onde ela é realizada não comporta eventos muito maiores. A feira é proporcional ao tamanho da cidade e à capacidade econômica do município. Mas isto não significa que pequeno seja ruim. Pelo contrário. A feira é super bem organizada, os stands são bem distribuídos - aliás, houve um aumento de 50% no número de expositores em relação ao ano passado, o que mostra que a feira vem crescendo mais e mais - o parque está bem cuidado e é gostoso andar por entre tendinhas de artesanato local, artigos campeiros, stands de montadoras de carros, implementos agrícolas, etc etc. A feira também conta com um lonão onde são realizados os shows - feira tem que ter show. Democraticamente, na sexta-feira houve um festival de bandas de rock , que tive o prazer de prestigiar, e no sábado teve show de banda de pagode. Todos sabem minha opinião a respeito de pagode, mas a voz do povo é a voz de Deus =D

Momento Polaroid de hoje, como não poderia deixar de ser, é em homenagem à feira.


Decoração realmente caprichada (com direito a pimentão nas orelhas), mas.... você compraria lanche dele??


Taí o homi: Seu Paulo dando entrevista pra "Grobo"



O velho e bom churrasco não poderia faltar



Dia bonito. Parque bem organizado...



... e stands bem montados. Belo programa pro final de semana.



Lonão de shows - o local preferido da guridada



Os caras tb são filhos de Deus, né?

05, traz o saco!

Namastê.

5 comentários:

Gica disse...

A-DO-RO qdo vc escreve (e ainda ilustra com fotos) sobre coisas típicas daí, que eu nunca vi para os lados de cá.
Adorei qdo vc falou da cerveja Coruja, daquele porco e de tudo que me faz conhecer as tradições e culturas dessa região do país.

Sobre o "Tropa de Elite", acho que dispensa comentários.

Anônimo disse...

Bem, muito bem, como sempre!

Bueno, o filme é "flor de especial", embora que quando eu pense com um pouco de frieza, conclua que na verdade o Cap. é meio anti-herói... as coisas ainda devem ser feitas do modo correto, embora ele faça Justiça do modo dele.

Abraço meu guri, e mais uma vez, parabéns, pois além de ter fundamento o que tu escreve, sempre surge uma gargalhada quando leio...

Cláudio Jr.

Drika Bruzza disse...

Tá. Vamo lá.
Vi o tal do filme também no cinema, já que andavam dizendo que o fim era diferente e bem, mentira da mais arriada, porque o piratão que vazou tinha o mesmíssimo final que esse outro. Tudo bem, afinal, cinema brasileiro TEM que ser apoiado pra gente não vender só novela mela-cueca pros gringos. E diga-se de passagem, a direção, a história e a fotografia do filme tupiniquim dispensam qualquer efeito hollywoodiano que seja, sem finalzinho feliz, sem tomar sorvete no parque, sem se apaixonar por quem não pode, sem essa história de até os coadjuvantes serem lindos e esbeltos, inclusive figurante. No filme brasileiro tu sente até a asa do sovaco do ator, o cheiro de suor na roupa e dá-lhe saco, pau na bunda, tapa na cara, palavrão e gritedo.
E é BEM isso que falta pra nós: realidade. A gente toma um banho, pega o carro, compra ingresso, pipoca, senta na melhor poltrona que consegue enxergar e pronto, passa duas horas da nossa vida vendo um retrato de uma realidade que não vemos, e que por isso mesmo fica no virtual. Saco de pipoca na poltrona do lado, sai dali e no McDonald's já cai de novo na mesmice de sempre e bem... foi só um filme brasileiro.
Não dá pra culpar um ou outro, tem é que culpar a si mesmo e não fazer de conta que filme é isso e pronto.
O filme, esse, Cidade dos Homens, etc, estão sendo feitos pra que as pessoas vejam a REALIDADE, mas claro, brasileiro é assim: foi só mais um filme brasileiro que não foi pornochanchada.
O saco devia ser infinito.

Sobre Passo Fun... ops... Rio Pardo, realmente existem bizarrices que nem Freud explica. Cabeça de porco agora é moda e nego mete essa coisa horrorosa em tudo que é coisa. No supermercado, na carrocinha de cachorro quente... please!
Tio Paulo saindo bonito na foto... parque ahm... lotado (???) e ah, vai dizer que não é divertido feira agropecuária?!? Quando tu menos espera pisa na merda e acha graça, dali a pouco passa um piá pilchado como gente grande montado num pônei (ou ovelha...) fazendo cara de macho e cuspindo no chão. As "gurias" se enfeitam, ficam andando em grupos e não se sabe distinguir qual a mais feia, a mais exagerada e a que mais berra. É uma fauna!

Tem que ver a feira de Dom Pedrito... hehehe...

Té =]

Thiago disse...

"dali a pouco passa um piá pilchado como gente grande montado num pônei (ou ovelha...) fazendo cara de macho e cuspindo no chão".


aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahahahahaah xD ah meu deus!!! qse me engasguei com uma bolacha que eu tava comendo aqui com essa. Te superou.

Eu nem quero imaginar como sao as feiras agropecuarias em Dão Pedrito. Uma vez fui numa em Bagé e imagino que as de D. Pedrito sejam daquele nível pra fora. A melhor ilustração que eu já vi sobre essas feiras foi uma que o Santiago fez sobre a Expointer. Vamos combinar: fazem um "iárrarrá" em volta da Expointer, mas ela nada mais é do que uma feira agropecuária igual à de Rio Pardo e Bagé, Dom Pedrito, etc, com a diferença que tem bem mais pavilhoes e é entupida de gringo. (é.. realmente... só essas as diferenças). Se pra chegar na Expointer vc pega o Trensurb, pra chegar na feira de Rio Pardo vc pega a linha Ramiza Galvão do Expresso São Nicolau. Qse a mesma coisa. xD

Em tempo: Gi, adoro qdo tu comenta no meu blog. Teus comentários são meigos e fofos que nem tu.

E Pato... tu não deveria merecer confete pq tu é macho, mas vou abrir uma exceção pq tô sabendo que tu vai ser papai. Tu devia é ir preso por ter tido a audácia de "reproduzir". Tomara que a criança puxe à mãe. Apareça sempre. Abs!

Anônimo disse...

Thiago, eis o placar:

Thiago 1x0 Jr.

Em tempo: o Sr. é uma FANFARRÃO!!!!!!!!!!!!!