segunda-feira, 4 de agosto de 2008

I've another confession to make *

Tava hoje de manhã tomando um chimas com a Drika na mesa dela e sei lá como surgiu o assunto sobre "projetor de slides". Ah... lembrei como o assunto surgiu: a guria pega e compra um par de calça "pantalona" - é assim que escreve? - e comentamos que provavelmente nossos pais usavam aquilo. Uma calça em que devem caber umas três pernas dentro. Mais parece uma bombacha. Daí lembrei das fotos do Seu Paulo de calça pantalona nos longínquos anos 70. Não existem muitas FOTOS em papel daquela época lá em casa (pelo menos não que eu tenha conhecimento). O que eu jamais esqueço são as memoráveis "sessões de slides". Sessões de slides fazem parte de algumas das mais remotas lembranças de infância que tenho. Aquela sala escura, projetor na parede e aquele barulho "vrrrrrrrrrrrr" do ventilador que arrefece a lâmpada. O feixe de luz do projetor evidenciava as partículas de pó suspensas no ar que só percebemos que estão ao nosso redor em eventos como este, quando um feixe de luz muito forte é projetado em um ambiente escuro. Enquanto a máquina ia sendo preparada, dava pra ficar brincando de fazer silhuetas com as mãos no feixe de luz para projetar na parede branca.

E que trabalho dava pra arrumar aquele treco. Lembro-me que o pai vinha com aquelas caixas cheias de slides, dentro de umas caixinhas menores. Os slides estavam organizados por assunto e em ordem, mas sempre tinham uns meio perdidos no nada. Aí tinha-se que ir colocando um por um dos slides dentro do carrosel da máquina. O sistema era bem simples, porém engenhoso. Era um cilindro com vários slots onde se colocavam os slides um a um. Quando você dava o comando para ir pro próximo slide, o carretel girava uma posição e um mecanismo puxava o próximo slide para frente do feixe de luz, projetando-o na parede. Fazia um barulho "cléc-clac" quando mudava de slide. São os avós dos atuais projetores digitais ligados na saída de vídeo dos notebooks.


Aqui vai um, pra quem nunca viu na vida.

Lembro bem que lá em casa normalmente rolavam os mesmos slides sempre. Uma viagem do meu pai pra Amazônia, pelo Projeto Random, em mil novecentos e guaraná com rolha e uns outros de quando meus pais moravam em Santa Maria. Nesses aí que aparecem as tais calças pantalonas. Devem ter outros, mas esses são os que lembro bem.

Impressionante como a tecnologia avança, mas as coisas que as pessoas fazem não mudam muito. Recordo-me que, após voltar da minha primeira viagem aos States, eu consegui ligar meu notebook a um desses projetores digitais e fiz uma sessão com meus pais na sala da casa deles, em Rio Pardo. Foi uma coisa meio flashback. A sala escura, as particulas de poeira no ar, o brinquedo com as mãos na parede e o ronquinho sonolento do ventilador da lâmpada eram os mesmos. "Quanto mais as coisas mudam, mais elas ficam a mesma coisa"

Momento Polaroid de hoje com fotos do Happy Hour da FGV no John Bull quinta-feira passada. Estava tocando a banda do Nando Gross. Rockzinho de primeira linha, anos 70 e 80.


Dois bonitões cabeludos na foto. Se eu não tirasse uma foto com Nando Gross minha irmã me matava.


Rock and roll!!!


Nem tudo é tão ruim quanto parece...


... sempre existe uma outra perspectiva.


Só pra ninguém esquecer...

Namastê!

* Foo Fighters - The Best of You

12 comentários:

Unknown disse...

Ãrrrrgamota... Tu tem que nos chamar de velho. Caramba... projetores, slides, pantalona, camisa "volta ao mundo", aquelas camisetonas com um Mickey na frente bem grande, roupas da Colcci... aquele boneco bochechudo horrendo que vendia que nem água. TODO mundo tinha camiseta da Colcci. Tipo mochila da Company (Hahahahaha!!!! xD ri alto aqui com essa lembrança).
Buena, mas sim. Tem coisas que a gente lembra de quando era pequeno, tipo o cheiro da casa da minha avó. Cheiro de... casa de vó.
Outras coisas, tipo bibliotecas, me trazem lembranças... e o pior é que as coisas vão se perdendo com o tempo e é impossível cuidar, ou porque é caro pra manter, ou porque a gente acaba pensando "há, faz tanto tempo que não toco nisso, mais um tempo não faz mal..." e quando a gente vê, tá lá o troço virado em pó.
Sim, eu acho que se escreve "Pantalona". Superfaturadas, eu diria, porque essa minha foi cara que nem rim.
E sim, dias cinzas são liiindos, adoro... E gosto mesmo, porque não tenho que sair na rua com aquela cara >.< se espremendo pra ver alguma coisa, ou ficar fugindo do sol... afinal, ele tá lá, quietinho, escondido que nem guri cagado em festa junina, mas tá lá. E olhaí, OLHAÍ o pôr do sol mais lindo do mundo ^^ (só mais um deles...).
Buena... chega de apalavrar esse blog, que já tá de bom tamanho, senão 'dacumpoco' já virou post.

@WMP: Pink Floyd - The Gnome

Simone disse...

eu tenho foto dos meus pais usando pantalonas. a próxima vez que vieres aqui te mostro. e nunca tivemos em casa um projetor destes, mas lembro disso no colégio, a professora mostrando animais e partes do corpo humano. uma beleza!

adorei a foto dos Cabeludos.

;)

bjão

Simone disse...

PS: a Drika lembra das camisetas do Fido Dido e dos sapatos Fiorucci???

BÁ!!! eu tinha coleções...

Simone disse...

ah, só mais um... SOMOS VELHOS!

Unknown disse...

Caraaaaaaaa... o FIDO DIDO! O guri mais esquálido do mundo! Ia citar ele, mas não lembrava o nome!!! Sequelada... tsc... normal =P
E sim, lembro inclusive das propagandas (sabe... isso sempre me chamou atenção... eu gostava mais dos intervalos do que dos programas...) da Fiorucci... pessoas voando e tal...

Sim, Moni. Sim Thiago. Estamos velhos.

E quem é que disse que isso é ruim né?! Ao menos podemos rir das nossas memórias ^^

Dá-le Tricolor!!! \o/

Guilherme disse...

Bah... Ene e Nando Gross... um mais feio que o outro...

"Corneteer" dos infernos!!!!!!!!!!!!!!

Abraço e DÁ-LHE GRÊMIO!!!

Thiago disse...

E tu é mto lindão, né??? Praticamente um Deus Grego!

Anônimo disse...

Drika ... muito engraçada vc!

Pior é que eu tinha a camiseta da Colcci e mochila da Company, que coisa, sim sou velha e adoro rir das coisas bregas que usava!

Não é velhice é experiência, vamos dizer assim - hehe!

Thiago tbm é cultura, super legal o texto! E estava bonito na foto SIM :o)

Bjs

Anônimo disse...

Ahh, esqueci de falar ...

Pergunta ao seu pai se não vale a pena conhecer a Amazônia ?

Paulo, no más disse...

E aí filhote? Aquelas calças eram justas nas coxas e depois alargavam em baixo, eram as famosas boca-de-sino, as quais muito usei e eram o máximo da malandragem.
Quanto aos slides, realmente eram muito gostosas aquelas sessões e por falar nisso preciso urgente digitalizar meus slides, antes que os fungos tomem conta deles, alguém aí sabe quem faz isto?

Paulo, no más disse...

Ah, me esqueci da amazônia que a Andréia falou aí em cima. Quando fui, no ano de 1975, pelo Projeto Rondon, a selva era praticamente virgem e fui para Roraima, onde a UFSM tinha seu campus avançado. O trabalho que tinha a fazer lá era iniciar a vacinação dos bovinos contra a febre aftosa, coisa que ninguém fazia por lá. Roraima, embora se situe na Amazônia Legal, tem o predomínio de campos e não floresta densa, mas mesmo assim era muito bonito. A selva mesmo só vimos do ar, pois viajamos um dia inteiro só vendo rios e mata, sem dúvida que vale a pena ir lá, não sem antes tomar as devidas vacinas, claro...

Anônimo disse...

Seu Paulo, imagino que na época que o Sr. esteve na Amazônia a selva era muito diferente, porque o que se vê por aqui é muita devastação mesmo, como passa na TV. É incrível como tem interesses de todo lado! Inclusive se vê muito americano, japonês, etc, cheios de boas intenções aqui.

O que é uma pena, pq é um lugar riquíssimo tanto de recursos naturais quanto de beleza!

Estou aqui em Manaus a pouco mais de 1 mês, mas posso dizer que é um lugar muito lindo!

Todos estão convidados a conhecer, realmente vale a pena e tem que tomar as vacinas mesmo!

Abraços :o)