You're gonna be remembered for the things that you say and do.

Porque a gente sempre se emporcalha todo quando chega no fim do pacotinho de Ruffles? Eu tava pensando nisso ontem, lá pelas 3 da manhã. Olha que coisa pra se pensar as 3 da manhã, não é verdade?

Pois eu havia recém chegado do Cherry Blues. Adoro aquele lugar. Boa música, boa cerveja, um dos poucos lugares que vende a deliciosíssima cerveja Coruja - já coloquei fotos da Coruja aqui no blog. Produzida no interior do RS, na cidade de Teutônia, a Coruja é fabricada gelada, é transportada gelada, armazenada gelada e servida gelada. Tanto é que ela é trazida pelo garçom em um baldinho com gelo. A Coruja simplesmente NÃO pode esquentar, senão terminou-se a cerveja. Reza a lenda que o dono da cervejaria, um alemão véio podre de mau-humorado, ESCOLHE os bares que podem vender sua cerveja e que a condição para tal é uma visita do dono do buteco à sede da cervejaria, aos pés da Serra Gaúcha. Dizem que se o alemão não vai com a cara do vivente, o mesmo pode dar meia volta e retornar a Porto Alegre sem a cerveja. Isso nos ensina que, quando seu produto é bom, não precisa de comercial. Os clientes vão correr atrás de você. A garrafa é um charme, vem em unidades de 1 litro é é comercializada por R$ 18,00. Pois vale cada centavo.

Foi engraçado ir ao Cherry numa quarta. Banda Workstation, habituées da casa, trajados de moletón e tênis, diferente das roupas mais "fashion" usadas nas sextas e sábados. A qualidade do som é a mesma. Excelente banda, só tocam rock internacional e nada produzido depois de 1992. Excelente gosto!! O ambiente é mais descontraído, aconchegante e menos "balada" que o normal. Boa dica pras quartas, mas apenas para curtir um bom buteco, uma boa musica, uma boa cerveja e um bom papo. Se você quer sair pra caçar, esse não é o lugar.

Mas voltando ao Ruffles, sabe quando você está voltando pra casa já e bate aquela fome? Mas aquela FOME que dá vontade de morder e mastigar a própria língua? Pois é. Parei num postinho e comprei um pacotinho de Ruffles. Fazia muito tempo que eu nao comia batatinha Ruffles e me deu vontade. Enfim, chegando em casa, normal, vc abre e começa a comer... meio que com o olhar fixo no infinito pq já são qse 3 da manhã. Seu olhar fica algo como -.=++ e você fica pensando um monte de coisas, comendo sem tirar os olhos fixados no nada absoluto e pensando em viagens como a que eu vou descrever agora: já repararam que sempre que vc começa um pacotinho, vc come bem direitinho, tipo, pega uma ou no máximo duas batatinhas inteiras por vez e come quase sem se sujar. À medida que o pacote vai chegando ao fim, a paciência e os pedaços de batata vão ficando menores. Isso é óbvio. Pela seleção natural, vc pega as batatas mais inteiras, maiores e bonitas primeiro. Charles Darwin explica bem isso. Leia o livro chamado "A Origem das Espécies" e você entenderá. Mas enfim. No final os pedaços menores, mais esfarelados e gordurosos vão ficando pro fundo e vc já pega um "bolo" de batatas com a ponta dos dedos em forma de concha, que leva direto à boca com a cabeça virada pra cima. Aí começa a desgraça, meu amigo. Metade das batatas caem na sua roupa, seus dedos ficam babados (claro, uma vez que tal técnica exige a introdução parcial dos 5 dedos juntos dentro da boca para um depósito mais eficiente dos farelos) e a baba se mistura com a gordura e o farelo do salgadinho.

Aí danou-se. Para você, a moral e ética já perderam o sentido de ser e você pensa "Ah foda-se tb" e parte para a técnica do empinamento de saquinho, que consiste em dar aquela "enretada" na lateral do saquinho para fazer os farelos restantes deslizarem direto do saco goela a dentro, dando tapinhas no fundo pra encorajar os farelos mais grudados no fundo que não querem vir nem por decreto. Ledo engano. Aí sim virou esculhambação. Aí eh farelo no chão, na roupa, no nariz, no olho, no cabelo (pra quem tem) etc, etc. Mas tudo bem, afinal de contas o importante é que vc matou mais um pacotinho de Ruffles e a fome já era.

Hoje sem momento Polaroid. Tô sem saco.

Namastê!