segunda-feira, 13 de agosto de 2007

I tried to be someone else, but nothing seemed to change...

... this is who I really am.

Definitivamente, o ser humano é engraçado. Bem engraçado, na verdade. Uma vez eu estava assistindo Advogado do Diabo e teve uma frase do Al Pacino que me marcou: "Deus nos deu o livre arbítrio para que nós fôssemos livres para fazer o que bem entendêssemos e depois impôs uma dezena de regras nos proibindo de fazer uma porção de coisas. Esse é o divertimento dele. Deus é, na verdade, um sádico que se diverte às nossas custas.". Antes que alguém venha me tachar de anti-cristo, ateu ou pecador, eu quero deixar bem claro que a frase simplesmente me chamou atenção, não quer dizer que eu concorde ou discorde da mesma. Se você for parar para pensar, é estranho mesmo. Tantas coisas que são boas e dão satisfação são consideradas "feias". É o velho "será que tudo que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda?". Ainda nesta linha, eu estava falando sobre comportamento humano anteriormente. O ser humano tem, pela forma como evoluiu, pela forma como sua mente se moldou geração após geração, uma forma bem peculiar de escolher as coisas que lhes são caras/preferidas/preteridas. Desde pequenos, nós sempre gostamos mais do brinquedo do amiguinho. Não porque o brinquedinho é melhor, mas simplesmente pq ele não é seu. Vc fica esperneando e choramingando até a hora que o outro larga. Aí, curiosamente, quando o outro larga, vc perde o interesse. Pelo simples e único fato que, agora, aquilo ali está disponível pra você.

Realmente, somos seres estranhos. O mesmo fenômeno acontece com aquele seu brinquedo que vc brinca, brinca, brinca e uma bela hora enjoa. Não quer mais saber. Vai atrás de outro. Afinal de contas, o brinquedo vai estar sempre ali disponível pra vc brincar. De repente, sua mãe diz que vc já é grandinho e vai dar aquele seu brinquedo para o filhinho da empregada, porque vc já tem bastante brinquedos e não estava mais dando bola pra aquele. Pra que, né? Era tudo que vc precisava pra armar o barraco do milênio e não sossegar enquanto seu brinquedo não fosse devolvido. Afinal de contas... era o seu brinquedo, oras! Você o largou de canto, mas ainda era seu.

Inútil seu esforço. A essa altura do campeonato seu precioso brinquedinho que foi sempre seu e você nunca soube valorizar está nas mãos de outro e... você o perdeu para sempre. Além de tomar uma putiada da sua mãe dizendo que você tinha que ser mais adulto, parar com aquelas criancisses e começar a se comportar como um homenzinho. Nesta hora que vc começa a lembrar dos bons momentos, as horas que era apenas vc e o seu "bonequinho do He-man" e que não tinha ninguém na volta pra te atrapalhar. "Por que? Por que fui deixar o bonequinho do He-man de lado? Se eu o tivesse dado valor talvez eu nunca o perdesse e ainda faríamos tantas brincadeiras juntos". Pois é .... tarde demais. Somos assim, pensamos assim. Não valorizamos, aprendemos a desprezar e a tratar como favas contadas todas as coisas que se encontram 100% do tempo à nossa disposição. Achamos absurdo o momento que aquilo simplesmente nos escapa dos dedos e não temos ingerência nenhuma sobre os fatos para reverter a situação para nosso lado.

Karma? Castigo? Natureza humana? Não sei... certa vez ouvi que umas das melhores técnicas de negociação que existem é "Ao negociar, finja interesse naquilo que não tem interesse e desinteresse naquilo que te interessa". Não pode estar mais correto. Devia ser o contrário, né? Devíamos sentir apego e carinho por aquelas coisas que estão sempre ao nosso alcance e que podemos cativar e desprezar aquilo que não podemos possuir, por uma questão ou outra.

Antoine de Saint-Exupéry escreveu que "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Pena que ás vezes cativamos certas coisas e as deixamos escorregar pelos dedos e irem embora. O pior de tudo é que não fazemos de propósito. Não devemos ser culpados nem nos sentirmos culpados quando isso acontece. Somos assim, nosso instinto é esse. É assim que pensamos e agimos e é assim que nossa raça evoluiu. Só é uma pena que isso ás vezes traga sofrimento e dor às pessoas, por saber que aquilo que cativam não mais retornará, pois estes talagaços da vida geralmente não nos dão uma segunda chance. O mínimo que podemos esperar é que nosso bonequinho do He-man esteja sendo bem cuidado pelo novo dono...

Well... agora.. aquilo que todos esperavam. Tchã-nã-nã-nãããããmmmm Momennnnnnto Polaroid!!! \o/ Este fim de semana fui pra Rio Pardo. Sim, grande capital do Universo, Rio Pardo. Um dia vou escrever um post apenas sobre esta cidade que eu amo e que me criou e suas peculiaridades.

No momento, vou apenas disponibilizar algumas fotos:

Principal esquina do centro da cidade. O prédio branco é o Clube Recreativo e Literário. Debaixo dele fica a incomparável Rota 66.


Da série "coisas que vc só vê nas prateleiras do Supermercado Imec"


Quem disse que ela não existe??


Igreja dos Passos Colégio e Militar e a filha única de mãe solteira - SINALEIRA da cidade. (sim, só tem essa)


Rua Senhor dos Passos, onde nasci e me criei e recebi dos meus pais a educação que todo mundo conhece.


A famosa Rua da Ladeira, a primeira rua calçado do RS.


Isso, pra quem não sabe, é um MOGANGO caramelado (não é moRango, não. É moGango)


Vc deve tirar o mogango da casca, colocar em um prato fundo


Adicionar um leite BEM gordo e colocar açúcar. Nasce o mogango com leite. A sobremesa mais gaúcha e mais deliciosa das 28 galáxias conhecidas.


Depois deste momento gastronomia Gaucha, despeço-me.

Namestê!

8 comentários:

Anônimo disse...

O que é teu tá guardado e muito bem guardado.
Saudadona, bjo daquela que jamais te esquecerá!!!

Anônimo disse...

Tá levando quanto da Mu-mu pra fazer esse jabá?

Thiago disse...

To.. to levando um pote de doce-de-leite. Mané! hehe

Anônimo disse...

Passando pra vers e tinha postado de novo...
Fui eu que escrevi primeiro o comentário...
Bjo mon cher!

Anônimo disse...

Comentário sobre a palavra adotada e nossos brinquedos: A ignorada paródia* da água.
* que perdeu o sentido de paródia pela minha limitação de ilustrar os diálogos sem os recursos da fala.

 Codinomes para as regiões são necessários, assim como ser anônimo.


A última coisa feita no Pacífico foi água, a primeira coisa feita no Atlântico também foi água.

Os dois viveram o mesmo conflito, mas não vieram da mesma história.

Cenário Macro:
Os governantes B pedem desculpas por suas matanças; os governantes A foram os únicos que não vieram a público se desculpar oficialmente por suas guerras. O povo B reconstruiu seu território, lindamente, com base no orgulho e rancor; o povo A reconstruiu seu território, lindamente, com base no orgulho e leveza do ser.

Cenário micro:
A mesma pessoa (talvez não depois disto) e situações similares. Aeroporto importante, quiosque de franquia conhecida, estudante de 20 e poucos anos, mulher, avental, atendendo no balcão.
Os olhos cristalinos te olham com turbulência, de baixo pra cima, mesmo com o entendimento da língua; os olhos fechados se abrem no esforço de te olhar nos olhos, o que torna menos infantil um processo que se inicia basicamente com uma comunicação primária por gestos.
A sensação de satisfação das necessidades é tão plena e tão pura que assusta. Por outro lado, a percepção de falta de confiança e de leso é eminente. Enquanto o objeto requerido vem quase arremessado pelas mãos fortes (dura**) e hostis da dita dama da nobreza, a entrega com as duas mãos fortes (firme**) e doces obriga o exercício prático do desprendimento. Desprendimento de seu brinquedo seja ele qual for. Tudo que se tem nas mãos, se põe no chão e se recebe do mesmo jeito em que se é dado. Faça isto todos os dias e de repente a interação com o outro passa a ter muito mais sentido do que qualquer coisa que se tenha empunhado.
** para o real significado dos parênteses, considere a palavra cabeça à frente delas.

Espere desprezo mesmo que você tenha certeza da sua não ignorância no Atlântico (o centro EUR).
Espere respeito mesmo que você tenha certeza da sua total ignorância no Pacífico.

Culturas tão ricas, enclausuradas e densas. Questões ancestrais certamente explicam os fins.

Na opinião da nada “típica” brasileira, o povo que impressionou por nunca demonstrar sua idade real no rosto e nem o cansaço da jornada desumana, está longe da perfeição que deveria manter afastada a agonia da convivência real entre o conservadorismo e a tecnologia, entre a tradição e a atitude boêmia, entre o extremo da disciplina e a aspiração cosmopolita da cidade grande.
Mas esta agonia é tão difícil de compreender com os meus olhos escuros quanto a mágica que é estar entre uma massa, com densidade incrível, onde se passa a sentir Namastê e não só ouvir Namastê quando se está Perdido no seu e também meu mundo ocidental.

... Sem estrangeirismos parciais? Eu desta vez não, você desta vez sim.

Impressões imediatas de quem teve a Sorte de ser apresentada a um lugar com os olhos fechados de quem o vê sempre. Pessoa que se abre e pessoa que se fecha. Parecido, nem tanto. Melhor assim. Esta é a ignorada paródia.

Boa sorte e Namastê.
I really mean it!


Sobre as fotos:
-> os opostos: a única sinaleira de Rio Pardo e o farol em frente à estação de Shibuya.
-> talvez eu encarasse a cabeça de porco e não encarasse os olhos crus de camarão de novo!

Thiago disse...

Prezado anônimo.

O Namastê é simplesmente uma palavra que julguei legal de usar. Ela é usada no Lost toda vez que um dos vídeos de Instruções da Dharma é mostrado e eu, como fã da série, achei que daria um "toque" legal ao final dos posts. Eu continuarei a usá-la mesmo sem saber a totalidade de seu significado (que eu imagino que seja bem mais profundo e enraizado do que os poucos parágrafos existentes na Wikipédia). Quem sabe um dia eu tenha a felicidade que tu tiveste de poder viajar e conhecer o real significado da mesma. Quem sabe neste dia meus textos ganhem um novo sentido ou então eu me dê conta que a pequenez destes fiapos de mente que eu largo soltas em linhas e parágrafos perdidos não é digna de ser encerrada com uma palavra de significado tão nobre.

Buenas!
(I really mean it)

Thiago.

Anônimo disse...

Seguinte, não li tudo (até o final) pq a minha paciência tem limite e pq tá um frio de renguiar cusco (já tá quase saindo sangue dos meus dedos). Mas tá bem divertido esse teu tal de... de... sei lá o nome dessa bosta, huahuahuahu. Abraço índio véio! Ah, as fotos estão bacanas também (a cabeça de porco, putz!!!!! e a casa da mãe joana, indescritível)

Unknown disse...

Mas báh tchê, eu estava trabalhando a semana passada lá em Novo Repartimento, no Pará, e na falta de uma sobremesa na floresta, eu campeei um mogango, para fazer com leite, mas como não encontrei, tive que improvisar o quibebe com umas abóboras mesmo, que a mineirada e os paraenses viciaram, mas o certo é MOGANGO!
PARABENS!