quarta-feira, 21 de outubro de 2009

It must be for real 'cos now I can feel*

O twitter matou meu blog. E isso não é culpa de ninguém. É culpa minha mesmo. O grande problema de ter twitter é que o twitter virou o sumidouro para todas minhas idéias soltas e curtas que, antes, desenvolvidas, viravam as loucuradas dos meus textos. Acho que, neste aspecto, concordo um pouco com o sábio José Saramago: "Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido.". Sou obrigado a concordar em parte. Não dá para negar que o advento da minha conta no twitter está intimamente ligado ao abandono total e completo deste pobre blog. A tentação de escrever pouco, de forma concisa e rápida, ao mesmo tempo que todos aqueles que o seguem fiquem sabendo na mesma hora é muito grande.

Na contramão desta obra do capeta, não podemos negar que o twitter (que significa gorjeador em português) acabou por estreitar laços e mudar a forma como consumimos a informação. Talvez a maneira de divulgar e noticiar nunca mais seja a mesma após este mini-blog que se popularizou de maneira estrondosa nos últimos seis meses. Vou dar um exemplo prático que demonstra as duas coisas ao mesmo tempo: Eu sigo o
Rubens Barrichello no twitter. Não tem xabu, é ele mesmo que escreve lá. Dias desses ele colocou uma foto ao estilo "auto-foto", aquelas que você estica o braço e tira foto de si mesmo, só que fez isso dentro do carro nos boxes de capacete. No que deu um intervalo no treino, ele foi pros fundos do box e twitou a foto com os dizeres: "Eu no carro antes do treino". Isso é sensacional. Criou uma aproximação até então jamais sentida pelo público. Outro exemplo foi uma declaração que ele escreveu certa vez sobre o retorno abortado do Schumacher. Uma hora depois estava nos sites de notícia sobre automobilismo. Já era. Notícia velha. Todo mundo que seguia o cara já sabia e ficou sabendo do próprio, sem imprensa no meio.

Por isso que eu digo que uma revolução na maneira que consumimos e recebemos informação é inevitável. "Em vinte minutos tudo pode mudar" diz o slogan da Band News FM. E é verdade. A informação chega a nós de maneira tão veloz que, quando você abre o jornal de manhã, aquela notícia já é velha. Só não podemos deixar o twitter nos alienar. Tomo todo cuidado do mundo para não deixá-lo virar uma espécie de tapa-olho, onde só consumo pronto tudo que ele me manda. Ainda cultivo o habito de escutar rádio, entrar em outros sites e muito, mas muito raramente, ler alguma coisa em jornal.

Last, but not least: hoje fui ao médico e fui finalmente liberado para andar sem muletas. Poucas alegrias na minha vida se compararam a ir caminhando com as muletas na mão para devolvê-las na ortopédica. Foram sessenta e três longos dias usando muletas para caminhar. Uma hora dessas conto minhas aventuras como um deficiente físico temporário.

Momento Polaroid de hoje marca uma das primeiras coisas que fiz nesse renascimento. Uma das coisas que mais expressam a nova sensação de liberdade que eu senti ao poder andar pela própria força das minhas pernas novamente:


Ah... o por-do-sol do Guaíba.

Namastê!

*
Bush - Glycerine

3 comentários:

adri disse...

e vambora colocar esse pé bom na estrada.... agora vai! hehehehe




bjin

Unknown disse...

Passado o episódio do pé , eu fui uma pessoa que te cobrou a ausencia de postagens no teu blog lembra? Sempre gostei de ler e achava tuas opiniões e teus comentários sempre coerentes, ilários,diretos , e na medida do pouco ainda que te conheço verdadeiros. Muitas vezes ria de um determinado assunto que não conseguia imaginar na onde tu tinha tirado aquela ideia...( hello kity ) Admiro pessoas francas, diretas e sinceras e sempre demonstrasse isso nos teus textos. Vou ficar na torcida para que pelo menos não enterres ....

Guilherme Ko. Freitag disse...

se ajudar a te sentir menos culpado:

http://www.tiagodoria.ig.com.br/2009/10/20/blogueiros-nao-profissionais-estao-blogando-menos-ainda/

hehe