quarta-feira, 31 de março de 2010

Someone like me*

Tem gente que acha legal. Tem gente que acha um lixo. Tem gente que não dá a mínima. Tem gente que passa o dia inteiro em função e tem até gente que finge que não gosta para ser melhor que os outros, quando no fundo acompanha e sabe de tudo que rola. Estou falando do Big Brother Brasil. Esse fenômeno de audiência e de popularidade no Brasil.

Em tempo, uma consideração importante: É errado chamar os participantes de "brothers". "Big Brother" significa "aquele que observa de fora, acima de tudo e todos". Na verdade, os "big brothers" são os telespectadores. Quem está na casa são os... participantes, observados. Chame como quiser, mas não de "Brothers" ;-)

Sobre o programa, na boa, eu respeito quem não gosta. Todo mundo tem direito de gostar ou não gostar das coisas. Tem gente que não gosta nem de mulher, vai saber. O que me deixa balançando a cabeça e fazendo "tsc, tsc, tsc" são os pseudo-intelectuais. Os que "não assistem por não assistir". O famoso "vou deixar de assistir e dizer aos quatro ventos que não assisto só pra parecer que eu estou num nível intelectual mais elevado que dos outros.". Meu amigo, se para parecer mais inteligente e instruído sua estratégia é dizer que não gosta de Big Brother, a coisa está feia pro seu lado!

O BBB é um tremendo programa sob o aspecto psicológico. Essa última edição, confesso, comecei a assistir a partir da metade. Eu tenho que ter uma motivação, torcer por alguém de verdade. Fazia umas quatro ou cinco edições que eu não acompanhava. Fiquei sabendo lá pela segunda semana que um tal Marcelo Dourado tinha entrado de novo no programa. "Aquele gaúcho louco que pegou uma guria dentro da casa não tava nem aí pro mundo?". "Esse mesmo". Decidi assistir um dia. E não parei mais até o final.

Dourado foi o vencedor mais legal da história do programa. Cara autêntico, sem papas na língua, que sempre falava a verdade, mas que arrotava, cuspia, coçava o saco, fazia umas coisas muito de gurizão (tipo quando ele disse: "HA-HA-HA quem votou em mim se fudeeeeeu :D "). Ele jogava, mas jogava SEM jogar, por que ele foi ele mesmo o tempo todo. É o politicamente incorreto, o anti-herói. É o seu "amigo punk", rei da magrinhagem e que vive na academia. Todo mundo conhece alguém assim. E o público viu isso. O público viu que por de trás da carapuça de durão havia um cara comum, que era lá dentro exatamente como eu e você somos aqui fora. Um cara que diz palavrão, xinga, manda longe, tira sarro dos amigos, fala as coisas na cara sem pestanejar e que não precisa de artimanhas milagrosas para vencer.



Parabéns, Marcelo Pereira Dourado, gaúcho de Porto Alegre. Esta cidade, este estado, este povo do Rio Grande do Sul que tem sempre essa mania de achar que é perseguido por todo mundo, viu esta teoria cair por terra ontem. O Brasil te fez campeão. E não olhou para de onde vens, mas sim para quem és.






Namastê!

* Kings Of Leon - Use Somebody

7 comentários:

Guiga disse...

AEEEEE!!!! Melhor BBB de todos os tempos!
Belíssimo texto!!! Assino embaixo!
Bjo!

Leslie disse...

Muito bom o texto, adorei!!!
Eu tb começei a ver depois da segunda semana e não parei mais.
Esse com certeza foi o melhor BBB.
E dale Dourado!!!!
Beijocas

adri disse...

Acabamos assistindo e torcendo mesmo!

O Dourado é aquele cara que tu quer ter de amigo e se tu não é tu finge que não quer ser. O cara é autentico e sabe falar as coisas boas e ruins de uma maneira muito legal prta quem ele mostrou algum sentimento!

Prêmio em boas maos e um gaucho nas cabeças! hehehehe

bjo mojão!

Vassoura boy disse...

Eu odeio o Big Brother!

Alexandre disse...

Então, eu não assisto pura e simplesmente porque não gosto e mais, minha vida como você me conhece, é F1 acima de tudo e bem de 3.feira tem o Limite na ESPN e o Linha de Chegada no SporTV.
Então eu com certeza estou nestes canais assistindo.
Mas concordo com você sobre o povo que não assiste para se dizer que é über Alles.
Com certeza é um medíocre, porque as vezes está até deixando de fazer algo que gosta em detrenimento de manter uma imagem, e a Sprite já sabiamente diz, sede é tudo, imagem é nada.

Isso é igual música nordestina, como axé e derivados. Eu odeio mas por pura questão técnica musical. Não porque 'é do povo'.
Acho que esta hipocrisia é o que pega.

[]'s

Namaste o kct

Ronald disse...

Boa Tarde amigo. Desculpa te encomodar mas veja só. Vi um post seu sobre uma fratura no 5° metatarso. Vc chegou a fazer cirurgia de correção do osso? Ou só gesso ? Eu fraturei o 3° mas não foi tão feio quanto a sua fratura. Agradeço se puder responder para ronaldpacato@hotmail.com

Evani disse...

Adorei o texto,principalmente qdo falas dos pseudo-intelectuais,quantas vezes,e por pessoas ate bem proximas, fui alvo de "comentários" de gostar de ver TV, de gostar de assistir Silvio Santos (antigamente era bem melhor o programa),e tantos outros programas de auditorio que me distraiam e me faziam rir.Big Brother então , nem se fala pois era um programa em que as pessoas recebiam roteiro e ai tinham que brigar com A ,beijar com B e eu, acreditava naquela palhaçada que assistia....era tudo combinado e determinado pelo Boni. E olha que ate pena sentiam de mim....Comecei a torcer pelo Dourado pela quarta semana (dizem que se torce pela pessoa que nos identificamos -essa é para pensares )e ontem modestamente passei um torpedo para quem acharia que não fosse me rotular de sei la o que mais
mais uma vez,adorei teu texto,pena que não me permiti te sugerir que escrevess sobre os 50 anos do Senna. Tudo bem,1 de maio esta perto e sobre esta data talvez tenhas muito para escrever (hehe)Feliz Páscoa!